Maldita interrupção…

Só jogamos com os lampiões e os tripeiros daqui a um mês. Que pena. Pelo que se viu esta noite, se os jogos fossem já para a semana, menos que os seis pontos era muito mau.

Não me espantou nada a falta de ligação do futebol dos lampiões, a confusão, o pífio Aimar, o (nosso conhecido) inconsequente Martins, o assustado Reyes ou o deslocado (na posição e no país) grego. Já a falta de pernas desta equipa, tendo em conta o “messias” que veio de Liverpool, foi uma surpresa.

Fiquei particularmente espantado com a incapacidade dos tripeiros de acabar com um Benfica moribundo e com apenas sete ou oito jogadores aptos em campo. Apesar de terem regressado à táctica normal, não foram capazes de sequer morder a baliza do Quim após a expulsão. Falta de ideias, confiança e de pernas.

Ambos vão melhorar com o tempo, ajustar-se aos novos jogadores. O Jesualdo há-de voltar a perceber à força que não pode inventar muito (porque não sabe), como o fez na 1a parte (patética aquela postura gilvicentiana). O Quique há-de perceber que o Aimar vai arrastar demasiado a equipa com ele (mais para baixo que para cima) e que o Martins não é realisticamente fiável. E acabará por perceber que o 4-4-2 clássico com extremos e Cardozo e Suazo é a melhor solução.

Quanto mais tarde perceberem as coisas, maior terá de ser a vantagem pontual do Sporting. Repito que o Sporting tem a obrigação de passar as primeiras cinco jornadas em primeiro lugar com vantagem… veremos se não dá mais tiros nos pés…

O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Jornada 2

É um estádio bonito, novo… arejado

Sp. Braga – Sporting

Segunda, 1 Setembro 2008
Estádio Axa, 21.15

 

Uma humidade relativa, muito superior a 100%

Os senhores do tempo dizem que durante o fim-de-semana deve chover na zona norte do país, mas se tudo correr bem segunda já será um dia de sol. No entanto, este Estádio Axa que continua a ser chamado de 1º de Maio, de Municipal de Braga e até de A Pedreira, tem a particularidade de, precisamente, ter pedra em vez de topos, o que faz dele um estádio frio como poucos. É claramente melhor ir lá jogar em Setembro do que num gélido Janeiro, mas volto a sugerir que façam-se acompanhar por um casaquinho.

 

A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco…

O Braga é o principal candidato ao prémio “Dor de Cabeça dos Três Grandes 2008”, com a curiosidade de apresentar um plantel com mais soluções do que alguns plantéis com que o Sporting se assumiu candidato ao título nas últimas duas décadas. Carlos Freitas chegou e desatou a comprar tudo o que mexia, principalmente avançados (Mossoró, Alan, Meyong, Rentería e até o velhinho Paulo César, ex-União de Leiria, juntaram-se a Jorginho, Wender, Matheus e Linz), dando a Jorge Jesus um considerável poder de fogo e uma maior segurança na baliza, com a recuperação de Eduardo, emprestado ao Setúbal.

Ainda sem conhecer o sabor da derrota tanto em jogos de preparação como oficiais, o Braga tem jogado numa espécie de losango, só que com extremos e não médios interiores nas alas (Alan e César Peixoto), o suficiente para ir ganhando enquanto espera que alguns jogadores importantes recuperem de lesões e que o entrosamento da defesa melhore (ponto a explorar).

 

Este homem é um Mister

Assumo desde já: não gosto do Jorge Jesus, mesmo sabendo que é um dos treinadores mais competentes cá do burgo, que passou pelo Sporting enquanto jogador e que teve a brilhante ideia de dizer que ia passar a jogar com defesas manetas, depois de terem assinalado um penalti contra a sua equipa, por bola na mão.

Irrita-me aquele seu estilo “vaidosolas”, aqui e ali polvilhado de falsa modéstia, já para não falar do facto de ser lampião. Mas a verdade é que o “Cruyjff de Felgueiras”, onde se deu a conhecer trazendo o clube para a 1ª divisão, tem um percurso interessante com passagens simpáticas pela Amadora e por Leiria, indo o maior destaque para a sua passagem por Belém, onde conseguiu apurar-se para a UEFA e ir à final da Taça de Portugal (sendo encavado pelo Liedson).

Adora que as suas equipas consigam “dominar o espaço e o tempo”, outra das frases inesquecíveis deste mister que caiu nas boas graças dos cacifeiros Jordão e Sousa Cintra.

 

Ele é excelente nestes lances porque a bola está morta e passa a estar viva

A tentação é eleger o Linz como a estrela desta equipa, mas o jogador que mais tem dado nas vistas neste início de época é o médio uruguaio, Luís Aguiar. Joga na posição 10 e não será boa ideia darem-lhe muito espaço à entrada da área, porque o rapaz adora tiro ao alvo.

 

A vantagem de ter duas pernas!

Confirmando o grau de dificuldade desta deslocação, não é nada simples eleger um “perna de pau” na equipa bracarense. Há, isso sim, dois ou três gajos com a mania que são melhores jogadores do que realmente são e nesse aspecto tenho que destacar o João Pereira, um dos jogadores que mais odeio na nossa Liga.

 

E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha

Paulo, este é daqueles jogos que servem para uma equipa poder afirmar-se definitivamente como candidata ao título. É um dos jogos mais complicados que teremos durante toda a época (dava jeito ter o Polga) e, assim de repente, penso que o melhor conselho que posso dar-te, para além de sermos os primeiros a marcar para terminarmos com os contra-ataques à Jesus, é o de explorares o lado direito do Braga.

O Alan esquece-se demasiadas vezes de ajudar o João Pereira a defender e este traste tem uma capacidade de controlar os nervos quase nula, portanto já sabes para que lado deve descair o Derlei (e podes sempre pôr o Vuk em cima dele). Com jeitinho, o pequeno lampião é expulso depois de cuspir-se todo a insultar o árbitro.

 

Vamos jogar no Totobola

Braga – Sporting: X 2

Autofagia

1- Gostava, como sócio e gameboxer, que o sr. Paulo Bento me pedisse pessoalmente desculpa pela primeira parte…
2- Gostava que o Veloso fosse homenzinho…
3- Gostava que o Postiga não jogasse no Sporting…
4- E assumo, aqui, hoje, depois de uma das mais humilhantes primeiras partes da história do Sporting, que gostava que os seguintes jogadores fossem aplaudidos de pé no próximo jogo em Alvalade: Tonel, Abel, Izmailov, Romagnoli e Djaló! Obrigado, sinceramente.
5- Gostava mesmo que o Postiga não jogasse no Sporting…

Apesar de tudo, há consolo.

Pormenores

Pormenor 1: na Dica da Semana que tinha hoje na caixa de publicidade do prédio, vem uma entrevista com o João Pinto. Destaque na capa, com a frase “Era a altura indicada para passar o testemunho”. Abro, para “morder” os produtos em destaque, e dou de caras com uma foto do João equipado à Sporting, mas o melhor ainda estava para vir. Quando espreito os créditos da foto (manias), leio o seguinte: “foto gentilmente cedida por João Vieira Pinto”. Quase tive vontade de ler a entrevista, só para ver se ele dizia que era do Sporting desde pequenino.

Pormenor 2: vocês acham que o Rodrigo Bonifácio da Rocha, mais conhecido por Tiuí, alguma vez na vida sonhou pisar a relva do Santiago Barnabéu, ainda por cima a titular?

Pormenor 3: o Vukcevic está no banco. Isto promete.

Não Há Estrelas no Céu

Estrela da Semana – Nós

 

Nascidos, criados e aculturados no seio da família sportinguista. Em especial, os milhares que comungam quinzenalmente na paróquia de Alvalade. Nós os que deixamos bem claro a atitude e o espírito que nos acompanhará durante a nova época. Porque há coisas que nunca mudam. E uma hora de jogo bastou, para para que a massa verde e branca mostrasse a raça e as garras do leão. Primeiro erro grosseiro de um árbitro em Alvalade e a postura de sempre. Vaia monumental a acompanhar o penalty e consequente  perseguição ao árbitro ao mais estilo PIDE  durante o resto do jogo. Desde o clássico, “boi preto” ou “ladrão” até ao muito acarinhado “gatuno” ouvimos de tudo um pouco. Palavras várias mas sempre com o registo e a marca da casa. Dedos na boca para assobiar ou em riste conforme a situação e o gosto pessoal. Porque há uma questão cultural que não pode ser esquecida. E de pais para filhos a herança de criticar o árbitro deve ser transmitida desde nascença. Para quem lá estava, e para quem viu de fora, a mensagem passou. Não perdoaremos erros dos árbitros. Nem penalties inventados. Só a nosso favor. E fazemos questão de o demonstrar logo a abrir. Na jornada inaugural para que ninguém se esqueça disso mesmo.  Que o Sporting somos nós. Porque nós, em Alvalade, levantamos a voz para que não suceda o mesmo que aos outros 6 milhões que um dia foram roubados e não gostaram da ideia. Nós nunca gostamos. Desde o princípio ao fim!

Lembrem-se disto, seus GATUNOS!

 

Prémio “por-que-é-que-as-pessoas-não-se-calam-mesmo-após-terem-feito-merda-da-grossa?” da semana

Luís Ramos, árbitro auxiliar do jogo Sporting-Trofense:

“(…) São questões para resolver internamente e que não vale a pena trazer para o domínio público.”

E LOGO DEPOIS:
“’Os amigos e a família têm-me ajudado a recompor deste momento. Têm sido eles o meu porto de abrigo. Já fui treinar, já libertei o stress’, disse o árbitro, admitindo que só na televisão percebeu que se tinha equivocado.”

 

In CM

 

Sporting&Saudade (Melo)

Melo (em ortografia arcaica Mello) é um relativamente frequente apelido de família da língua portuguesa. Sua origem provável poderá ser uma corruptela do nome de uma ave, o melro. Diz-se à boca pequena que, apenas neste caso, pode ser do frango a proveniência do sobrenome…invejas. 

 

 

Melo, este belo exemplar de guardião, tem honras de abertura nesta pretensa magnífica rubrica semanal.

Foi o grande protagonista do defeso de 81, numa transferência relâmpago desde o Vitória da cidade berço. Jogou 3 anos de Leão ao peito, campeão da regularidade, nunca saiu do banco de suplentes.

Joaquim Alberto Castanheira de Melo não se confinava à condição de guarda-redes, disponível e solícito, era o próprio que verificava manualmente a pressão das bolas. ( vidé foto) Rezam as crónicas  que, graças a Melo, entre 81 e 84 nunca houve bolas chôchas nos aprontos matinais lá para as bandas de Telheiras.

A sua saída para o Belenenses foi uma perda irreparável, um dos muitos erros que provocaram a triste travessia do deserto que percorremos durante tantos anos.

 

Que saudades do Melo.

Tinha classe.

 

 

Nota- Na foto, Melo representa o Belenenses… Foi a pala amarela, não resisti.

 

 

ROCA ‘N’ ROLL!!

Sporting – 3 (Tonel, Izmailov e Djaló), Homens da Trofa – 1 (Pinheiro)

Nível de endorfinas: muito satisfatório: festival de bola nos primeiros 35 minutos. Deu gosto ver o carrosel. 10 minutos para descansar até ao intervalo. 15 minutos iniciais da 2ª a adivinhar novos golos e com o losango a rodopiar e bem oleado. Depois, erro do Polga e mudou tudo, regressando a nuvem do ano passado. Com uma diferença: o jogo esteve sempre na mão dos homens de barba rija da equipa.

Momento-chave: Penalty e expulsão: se não tivessem acontecido, os homens da Trofa tinham saído com cinco ou seis no saco. E tinha sido a grande oportunidade para o Postiga marcar pelo Sporting…

Prémio El Dieguito: Sem discussão: golo de calcanhar do Djaló! Que maravilha. Menos óbvio: abertura do Roca para o Izmailov, minutos antes de sofrermos o penalty: classe pura!

Prémio Gladstone: O disparate da noite é cortesia de Anderson Polga. Péssimo timing na abordagem à bola, deixando escapar Zé do Gol e, depois, um erro infantil com consequências sérias para a equipa: golo sofrido, 10 em campo, ausência em Braga. Um capitão não faz disparates destes…

Prémio Zé Piqueno: Valdomiro, Areias, Milton do Ó: é escolher. Gostei especialmente dos pitons cravados na perna do Derlei (2ª parte) e do empurrão ao Djaló contra os placards de publicidade. Estes meninos vêm com a rodagem toda das batalhas campais do nosso futebol secundário.

Visão Zeman: O losango está num rodopio. E obedece ao mestre Roca. É verdadeiramente impressionante: o gajo define tudo: vai para o meio, logo alguém ocupa o seu lugar na direita. Vai para a direita e suga todo o meio campo, que o segue para pequenas tabelinhas. A sua movimentação define o jogo da equipa toda. E, depois, com a bola nos pés, faz tudo: lança a 25 metros, dá toques de meio metro para um gajo que vem atrás, é imprevisível e torna o Sporting imprevisível. Que tenha saúde, é o que se deseja. E muita caminha.

Substituições: A saída do Pipi não foi feliz. Perdemos o controlo do meio campo com um homem a menos. Já não havia ali ninguém para dar linhas de passe. E o Derlei e o Djaló estavam perdidos lá na frente. Quando entra o Pereirinha para o Djaló, a coisa melhorou, obviamente: 4-4-1, linhas de passe, progressão… tranquilo até ao fim.

Vivó Sporting… até morrer!: A entrega da Supertaça entre um anão e um gigantone, claro, foi o momento Sporting da noite. Mas não foi o único, infelizmente: a histeria colectiva que se seguiu ao lance do penalty fantasma, num jogo de 3-0, também é muito Sporting. E a assobiadela à saída do árbitro é sintomática deste modo de viver o futebol que eu me esforço para não partilhar (nem sempre consigo, admito). Apitar em Alvalade deve ser um pesadelo para qualquer árbitro. Depois, vê-se, só fazem merda… (o erro do Polga foi tão grosseiro como o do fiscal-de-linha. Ponto.)

O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Jornada 1

O Cacifo do Paulinho passa, a partir de hoje, a ocupar semanalmente uma das suas prateleiras com a rubrica O Bloco de Notas do Gabriel Alves, um espaço onde analisaremos o próximo adversário ao mais ínfimo pormenor.

Sempre a pensar no Sporting e em todos os que nos visitam, esta será a primeira de muitas novidades que preparámos. Tantas, que acreditamos que até o Miguel Nuno virá do Oriente a galope na sua Oxallys, só para poder espreitar o que se passa neste blogue que é uma verdadeira dressage e luta sempre pela nota 10 em termos de reprise.

Aiô, Silver!

 

É um estádio bonito, novo… arejado

Sporting – Trofense

Sábado, 23 Agosto 2008
Alvalade XXI – Estádio José de Alvalade, às 20.45

 

Uma humidade relativa, muito superior a 100%

Prevê-se uma excelente noite para a prática de futebol, com uma temperatura a rodar os 16º. Para quem vai para a bancada, a camisola oficial, versão manga comprida, será o ideal. Aos mais friorentos, aconselhamos que se façam acompanhar por um casaquinho (nem que seja para o mítico “pôr pelos ombros”). O cachecol é obrigatório.

 

A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco…

O Trofense tem como objectivo a manutenção e deverá surgir em Alvalade com o seu esquema de 5-3-2 a dar ideia que é um 3-5-2. Portanto, três centrais para os nossos dois avançados e dois laterais, Zamorano e Areias (sim, esse mesmo) que normalmente estacionam na zona de meio campo. Na intermediária, Toni conta com a experiência de Delfim (sim, esse mesmo) e Ricardo Nascimento (que está em dúvida), acompanhados por Pinheiro. Na frente, aposta na velocidade de Hélder Barbosa e de um avançado mais fixo, que poderá ser Edu Sousa ou Zé Carlos, ou então de uma dupla mais móvel com a inclusão de Lipatín.

Começaram mal a época, perdendo 2-0 na Madeira, frente ao Nacional, para a Carlsberg Cup.

 

Este homem é um Mister

António Conceição, Toni para os amigos, é o homem que dirige a embarcação Trofense. Num estilo castiço, quiçá saloio, conta no seu currículo com uma subida de divisão ao serviço da Estrela da Amadora, com quem ficou depois em 9º lugar, tendo mesmo ganho em Alvalade, por 1-0, num jogo em que o Sporting fez mais de 20 remates à baliza e em que Liedson falhou um penalti, já nos descontos. Tendo já passado pela Naval e Vitória de Setúbal, repetiu a subida na época passada, fazendo história ao trazer o clube da Trofa ao convívio com os maiores do nosso “futebolinho”.

 

 

Ele é excelente nestes lances porque a bola está morta e passa a estar viva

Hélder Barbosa, emprestado pelo FCP, é a mais valia desta equipa, mas por vezes esquece-se que não está a jogar sozinho. Ricardo Nascimento é patrão. David Caiado e Tiago Pinto são dois produtos da nossa Academia que dificilmente pisarão o relvado de Alvalade. O primeiro tem estado lesionado, o segundo tem que convencer o Mister Toni que é melhor que o camelo. Perdão, que o Areias.

 

A vantagem de ter duas pernas!

Uma defesa liderada por Milton do Ó e Valdomiro, a que se junta o Areias (cheira-me que este rapaz está na rua antes do intervalo, mas pode ser só impressão minha), merece levar pelo menos quatro batatas, mas nesta galeria de cromos da equipa adversária prefiro destacar Zamorano. Porquê? Mede 1,60m e quase aposto que tem um Fiat Punto todo “tunnado”

 

E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha

Paulo, já sabes que o Trofense vem jogar para o 0-0, fechadinho com cinco defesas, portanto a ideia é carregar pelas alas. Os laterais deles ficam lá atrás, os médios têm que ajudar nas linhas e o centro do terreno dos gajos fica descompensado. Descompensado e esgotado, porque há lá gente prontinha a pendurar as chuteiras.

 

Vamos jogar no Totobola

Sporting – Trofense: 1