Trofa – 0, Sporting – 0
Nível de endorfinas: Baixo. Onde está a estrelinha? Nem é a de campeão, porque estes jogos não ganham campeonatos. Mas, em acumulação, podem levar a perdê-los. Já vão dois seguidos. Neste, a equipa fez quase tudo para ganhar, de facto. Foi daqueles em que o primeiro golo estende a passadeira. Mas o primeiro golo não chegou. Bola ao poste, golos em fora-de-jogo, dezenas de bolas na área, algumas que não deram golo porque faltaram centímetros para o desvio. Os únicos dois jogadores com golo no Sporting, um lesionou-se na fase decisiva e o outro continuou às rodinhas encostado à linha, na maior parte das vezes. E tinha sido o lesionado da Madeira.
É verdade que a gestão dos ritmos do jogo voltou a ser cobarde. Primeira parte calma, com medo do erro. Segunda parte pressionante, mais rápida. Eficácia igual. O problema é que a ansiedade apareceu quando se deitou meio jogo para o lixo, com medo. Mas é a cartilha bentiana, vamos viver isto até ao fim. E precisamos da puta da estrelinha para contrabalançar os defeitos e feitios do Sporting.
Momento-chave: Gusmice de Izmailov a tirar o golo a Liedson. É uma daquelas decisões lixadas, instintivas, mas que, objectivamente, foi responsável por menos dois pontos.
Prémio Gladstone: É o principal barómetro para perceber quando o Sporting está sem ideias, a jogar mal: lançamentos longos de Polga. Por isso, merece um prémio. Raramente acerta um. Felizmente, houve poucos.
Prémio El Dieguito: Aquela bina do Vuk ia dando um golo brilhante. Mais um. É impressionante a acutilância deste tipo. Cada remate é perigoso, é real…
Prémio Zé Piqueno: Postiga entrou para reclamar, substituindo Derlei no papel do mitra da equipa. Derlei, esse, tomou claramente Xanax. Mas aproveito este prémio para elogiar a arbitragem… não me lembro de uma decisão errada. E este sr. era o quarto árbitro porquê?
Visão Zeman: O losango ficou no balneário e o 4-4-2 regressou e, desta vez, logo de início. Com Derlei ao lado de Liedson. É, provavelmente, a melhor equipa do Sporting (com as regras do jogo bentiano). O meio-campo funcionou a defender, o Trofense não fez nada, absolutamente nada. A atacar, dependeu muito da atitude. Moutinho e Rochemback no meio complementam-se e o churrasqueiro pode libertar-se para recuperar bolas e bolas. E para subir mais. A chave está no Moutinho, que tem de avaliar os momentos certos para avançar. E foi aqui que a coisa não correu muito bem. No ataque, o Derlei joga em função do Liedson. Quase nem pensa nele próprio. É passes de primeira, nas costas, tabelinhas. Tudo para o melhor avançado de Portugal. Se isto não é inteligência, não sei o que é. Se não pode ser o Vuk o par do levezinho, então seja o Ninja.
Na primeira parte, o Sporting oscilou entre os lançamentos nas costas e as subidas do Abel. Vuk foi penalizado por isso, com a única missão de levar com gajos em cima, protegendo a bola junto à linha. Na segunda parte, o duplo pivot subiu, recuperou bolas e bora lá explorar a direita, com cruzamentos do Izmailov para três homens na área. O problema é que o Trofense até defende bem pelo ar. Havia que ter alternativas, centrar rasteiro, para a entrada da área. Ou entrar com a bola nos pés.
Vivó Sporting… até morrer!: Entramos no terrível ciclo de Fevereiro/Março atrás dos outros. Quando podíamos perfeitamente, com a estrelinha e mais arrojo, estar à frente. Sinceramente, não sei o que é melhor. Esta equipa nunca foi líder tempo suficiente para sabermos como se aguenta. Uma coisa é certa: já não há muitas mais vidas… às próximas escorregadelas, é game over. Como tenho dúvidas que a equipa dê mais que isto (só o Vuk à frente pode subir um bocadinho o nível), vamos lá, pessoal, a meter todas as superstições a mexer… estamos nas mãos do cosmos!