O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Jornada 20

É um estádio bonito, novo… arejado

FCP – Sporting

Sábado, 28 Fevereiro 2009
Estádio do Dragão, 20.30

 

Uma humidade relativa, muito superior a 100%

Devem estar cerca de dez graus à hora do jogo. Óptimo para quem está no relvado, desconfortável para quem vai estar nas bancadas daquele estádio onde entra vento por todo o lado.

 

A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco…

O fcp é uma máquina bem oleada mas, como qualquer máquina, é o cabo dos trabalhos quando emperra. Curiosamente, costuma emperrar mais vezes em casa do que fora. Esperemos que volte a acontecer amanhã.

 

Este homem é um Mister

Jesualdo Ferreira.Safa-se quando faz o básico, ou seja, colocar os jogadores nos seus lugares. Espalha-se ao comprido quando tenta inovar o que quer que seja. Aproveito para falar do adjunto, um tal de José Gomes, uma das pessoas a quem teria todo o gosto em cuspir na tromba.

 

Ele é excelente nestes lances porque a bola está morta e passa a estar viva

Eu gostava que alguém me explicasse como é que o fcp conseguiu ir buscar o Hulk ao país onde nós fomos buscar o Mota? Ainda por cima com nome de um super-herói verde (e um dos meus preferidos)! Foda-se…

 

A vantagem de ter duas pernas!

É uma pena Sapunaru não jogar, não é? Praticamente garantia um penalti contra o porto. A verdade é que, acredite-se ou não, o fcp consegue ter defesas-laterais piores que os nossos e é precisamente isso que temos que tentar explorar. Infelizmente, o nosso super-herói, o Incrível Vuk, vai ficar em casa. Com gripe. Alguém acredita nesta merda?

 

E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha

Paulo, fiquei chocado quando te ouvi dizer, na conferência de imprensa de há pouco, que soubeste pelos jornais que não podias contar com o Veloso. Tu que disseste que não gostas de bufos, vê se descobres quem é este.

Adiante. Fiquei ainda mais chocado quando soube que o Vuk não ia jogar, por estar com gripe. Com gripe, foda-se!?! Sabes, eu não acredito. Oue melhor, espero que seja verdade, e que a minha teoria de que deve ter-se passado alguma merda seja apenas isso mesmo, uma teoria da conspiração. Ainda assim… será que a gripe é assim tão forte que impeça o nosso 10 de sentar-se no banco? E pensar eu que, por uns míseros contos de reis que ganhava, cheguei a jogar constipado, lesionado, infiltrado…

Agora… a fé! Paulo, costumam dizer que um leão ferido é ainda mais perigoso. Nós estamos feridos, com uma tala numa das patas e com… gripe. Ainda assim, acredito que vamos rugir no Dragão. É o palco ideal para embalarmos para o resto da época e para esquecer a chapada de quarta-feira. Ou, como diria o cabrão do Mourinho, “alguém vai ter que pagar!” 

 

Vamos jogar no Totobola

FCP – Sporting  X 2

A gestão do plantel

Depois da mais atribulada parte do pesadelo que se revelou a noite de ontem, já a caminho de casa e enquanto escutava conferências de imprensa e análises ao jogo, fiquei a saber que a visita ao Porto é no Sábado e não no Domingo, como eu pensava e como, digo eu, faria todo o sentido.

A partir desse momento, mais do que tentar entender as razões que levam um treinador a querer rodar o plantel na altura do ano em que os indíces físicos estão mais em alta, a pedir à direcção para renovar com o Romagnoli ou a colocar o Caneira a defesa-lateral, entre outras ideias que na minha cabeça não cabem, o meu objectivo foi tentar descobrir os motivos que levaram a termos que jogar no sábado.

16 horas depois, eis que encontro a resposta: o jogo foi antecipado para sábado, porque o Porto tinha agendado o jogo da meia final da Taça, para quarta. Mais curioso ainda, é constatar que esse dito jogo tão importante, foi entretanto adiado para dia 22 de Março.

Portanto, nesta estranha gestão de plantel, o responsável máximo pelo meu clube, confirmando o ar de cabeludo de Torres com que nos brinda sempre que aparece em público, cagou completamente na sua equipa técnica e nos seus jogadores, no facto de ter menos 24 horas de descanso, e acedeu a fazer mais um bobó ao maior corrupto do futebol português.

E assim vai sendo gerido o  meu Sporting. Uns, querem ficar com o Romagnoli. Os outros, que perebem tanto de futebol como eu de golfe, como que lhe dizem “ai quere-lo? Então tens que jogar com ele!”

RATINHOS NA EUROPA…

O que se passou em Alvalade não tem, infelizmente, nada de novo. Até tivemos ensaios e tudo, como em Madrid, Barcelona e Alvalade

Mas desta noite, já só me interessa uma coisa:

“Em termos anímicos pode deixar alguma mossa, mas essa mossa não pode passar de amanhã. Se apontarmos o dedo uns aos outros teremos mais dificuldades no Dragão. Se identificarmos os erros daremos uma resposta positiva. É nestes momentos que se vê o carácter e a personalidade. Vamos ter um teste a isso mesmo. Mais do que a qualidade que queremos apresentar, vamos ter um teste ao nosso carácter e à nossa personalidade. Vamos ver quem se esconde e quem dá a cara. Acredito que todos vão estar disponíveis. Eu vou estar, serei o primeiro, e acredito que os outros 24 vêm atrás”, Paulo Bento.

Espero sinceramente que sim. Espero sinceramente que o que se passou hoje volte a encostar todos, outra vez, à parede. E espero sinceramente que voltem a reagir. Porque, com a quantidade de disparates que treinador e jogadores fizeram esta noite – na exacta proporção inversa do que fizeram no derby -, só há um resultado possível para todos os jogos até ao final da época. E se o Paulo Bento conseguir convencer os jogadores disso, então a passagem dos buldozers por Lisboa será apenas uma noite má, para esquecer num ano globalmente memorável. Se não o fizer, esta vergonha passará imediatamente a ser o símbolo da era Paulo Bento no Sporting. Se isto não é pressão, não sei o que é…

O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Champions League, oitavos-de-final (1ª mão)

É um estádio bonito, novo… arejado

Sporting – Bayern Munique

Quarta, 25 Fevereiro 2009
Estádio José Alvalade, 19.45

 

Uma humidade relativa, muito superior a 100%

Tempo perfeito para a prática de futebol, mesmo a pedir a camisola às riscas verdes e brancas. Com casaco e cachecol, claro.

 

A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco…

Em minha opinião, o Bayern era uma das três piores equipas que podiam ter-nos calhado no sorteio. Fisicamente são umas verdadeiras bestas e à força aliam jogadores de elevada qualidade, principalmente do meio campo para a frente. Jogam no claro 4-4-2, ou seja, tudo aponta para o jogo tenso, com as duas equipas encaixadas e as individualidades a resolverem.

 

Este homem é um Mister

Jürgen Klinsman foi um dos melhores avançados que vi jogar, o que não significa que alguma vez tivesse simpatizado com ele, mesmo tendo em conta que espetou quatro babatas aos lampiões num só jogo. Enquanto treinador, confirmou o ar arrogante que tinha como jogador e parece ter-se inspirado nas memórias dos anos passados no Inter: tal como aconteceu na selecção alemã, o Bayern é cínico, pressionante e sempre pronto a aproveitar o contra-golpe e os lances de bola parada.

 

Ele é excelente nestes lances porque a bola está morta e passa a estar viva

Não faltam craques no Bayern, mas eu destaco o avançado Toni. Depois também há o cabrão do Klose, o Ribéry, o porco do Schweinsteiger, o experiente Zé Roberto e, nada defesa, Lúcio e Lahm.

 

A vantagem de ter duas pernas!

Desde a saída de Oliver Kahn, o Bayern vive uma crise de guarda-redes. Rensing, Butt (sim, esse mesmo) e Kraft não chegam aos calcanhares do gigante Kahn, nem em qualidades técnicas nem em capacidade de liderança. Na defesa, se forem bem apertados, Oddo e Demichelis vacilam bastante. Ah, e no meio campo, Van Bommel é gajo para perder facilmente a cabeça e ser expulso. Há que aproveitar.

 

E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha

Paulo, depois da vitória de sábado, frente ao Benfica, ganhaste alguns jogadores e ganhaste o público. Frente aos alemães, ninguém te exige novo banho de bola, mas sim a mesma atitude da segunda parte frente aos lampiões. Temos que cerrar fileiras, não deixando muito espaço entre a defesa e o meio-campo, pois já se sabe que o Luca Toni aguenta a bola até a cavalaria subir em peso, embalada de trás. E temos que jogar bola no chão.

É verdade que o Carnaval já passou mas, conforme se tem visto no campeonato alemão, estes gigantones bávaros estão ao nosso alcance, ainda para mais sem o Olegário a inventar livres atrás de livres, perto da área. 

 

Vamos jogar no Totobola

Sporting – Bayern Munique 1 X 2

Maricas

 “Ich denke, dass das Sportliche sehr gute Spieler hat, wird es gesehen, dass sie eine Mannschaft ist, die sehr ganz gebildet wird und es im eindrucksvollen Spiel vor dem Benfica gesehen wurde, dass das Sportliche großen Wert hat”,

Klinsmann, na conferência de imprensa de antevisão do jogo.

Lembram-se das quartas-feiras europeias?

Não sei como foi convosco, mas eu cresci a ouvir falar das quartas-feiras europeias.
A ler a Bola em formato “faça o favor de não levar esta merda para a praia a não ser que deseje ficar com o jornal reduzido a metade ou ter que dobrá-lo em quatro com todas as forças que tiver para poder ler o que quer que seja” e a saudosa Gazeta, com colunas intermináveis de resultados, muitos deles entre equipas que já eram de leste antes de eu acreditar realmente que existiam boas equipas de leste.
E, claro, a desejar assistir a um jogo desses no nosso Estádio.

Entretanto cresci e a minha memória guarda bonitas quartas-feiras europeias (que também podem ser terças ou quintas, porque isto de ser moderno faz com que qualquer dia da semana que não segunda ou sexta possa ser noite europeia).

Os surpreendentes 4-2 ao Ajax.
O histerismo que acompanhou a entrada do Maradona em Alvalade.
Os falhanços monumentais do Oceano, contra o Inter.
O inesquecível banho de bola ao Real Madrid.
O golão do Niculae ao Ac Milan.
A reviravolta contra o Celtic.
As quatro batatas ao Newcastle.
(num outro nível, os 7-0 ao Timisoara, num jogo onde até o Bozinowski marcou).

Em todos esses jogos, à excepção da recepção ao Newcastle, Alvalade engalanou-se ou, se preferirem, encheu-se de leões prontos a apoiar a sua equipa do princípio ao fim.

No passado sábado, matei saudades desse “estádio de espírito”.
Agora, quero matar saudades das quartas-feiras europeias!

BANHO DE BOLA 2, O REGRESSO

Nível de endorfinas: Máximo! Uma grande segunda parte, de faca nos dentes, contra a parede! A equipa esteve à altura da magnitude do momento. Este era o jogo mais importante da época (até agora) e os jogadores responderam nessa medida… adrenalina máxima, senso do risco e inconsciência suficiente para ter prazer em jogar à bola… quantas vezes vimos este Sporting, este ano? Poucas, talvez a primeira parte contra o Porto, alguns bochechos nas goleadas da Taça da Liga. Pouco mais. Porquê? Não sei. E hoje, pouco me interessa… Os passes de primeira, para a frente, o toque e foge, a pressão constante, a pôr o pé em todas as bolas… a empurrar, a gritar, a entusiasmar.

A diferença entre a primeira e a segunda parte é a diferença entre o Sporting normal, do costume, à rasca, com medo, e o Sporting com genes de campeão. O Sporting com colhões! Basta isso para subir o nível. Porque qualidade há, nos pés de gente como Izmailov, Vukcevic, Derlei e Liedson.

Liedson. Liedson. Liedson. Liedson. Liedson. Liedson. Liedson.Liedson. Liedson. Liedson. Liedson. Dez. Golos. Contra os lampiões. Estes dois últimos entram directamente na galeria dos memoráveis (não são todos?)… A relembrar aquele épico na Luz, também com a faca nos dentes na segunda parte, também contra a parede. A diferença? Estávamos a dez, agora estamos a quatro. Mas o banho de bola foi o mesmo. A humilhação, o sentimento de impotência dos pardalitos, foi o mesmo. Tal como a genialidade de um jogador que, se fizer isto mais vezes este ano, levar-nos-á ao título. Este também é o ano mais importante da sua carreira. Aquele que pode significar o salto entre a lenda (que já é) e o mito!

Momento-chave: Golo do Derlei, o Ninja glorificado nas Antas e gozado na Luz, regressa (a espaços) ao melhor em Alvalade. Dá gosto ter um jogador a festejar golos daquela maneira! E inverteu completamente a natureza anímica do jogo… a partir daí, o Benfica teve medo, o Sporting libertou-se.

Prémio El Dieguito: Golos do Liedson. Absolutamente maravilhosos!

Prémio Zé Piqueno: Ninja. A maldade é a mesma das agressões parvas das duas expulsões. Mas nos últimos jogos afinou-a. E tornou-a útil. A padeirada no Luisão depois deste ter dado uma chapada ao Liedson é precisamente o que distingue um bando de putos de uma equipa de homens.

Prémio Gladstone: Penalty do Polga. Péssima leitura do lance, pior definição… Uma primeira parte horrível do campeão do mundo (há sete anos…)… para se recompor quando a equipa desabrochou.

Visão Zeman: Tacticamente, a primeira parte foi, em boa parte, do Benfica. Meio campo muito superior, em posicionamento e agressividade. O Sporting já vinha com a lição meio estudada, daí os lançamentos longos do Polga e o medo de perder a bola no centro, para evitar os contra-golpes dos lampiões. Sempre que passava os 30 metros do meio, criava a sensação de gerar perigo… faltaram aos jogadores do Sporting mais decisões certas nas poucas vezes que rompia o cerco, como a do golo do Liedson. Ainda assim, o Benfica só criou perigo em bolas paradas ou quando o Polga adormecia.

Na segunda parte, ficou à mostra que a táctica não ganha os jogos. Ajuda a ganhar, mas é preciso outra coisa. Vontade, garra, inconsciência, alegria, confiança. Na segunda parte, o xadrez foi o mesmo, mas o Sporting mandou a inferioridade numérica no meio às malvas, por uma razão. Roca e Moutinho afogaram Katsouranis e Yebda pela vontade de reconquistar a bola… E contaram com ajuda preciosa de Liedson e Derlei a recuperar bolas. Quando eles fugiam para as laterais, o Vuk e o Izmailov mordiam. Quando procuravam o Aimar, não encontravam.

No ataque, aqueles minutos a escavar o tal de Luiz foram épicos. Coitado do rapaz do cabelo ridículo. Fica uma jogada na retina que resume o Sporting Champanhe: Vuk, na direita, de primeira para Liedson, calcanhar para o um-dois, sobra para Derlei, de primeira para o sprint de Vuk, entrada na área, remate em arco, ao lado. Não importa. Foi champanhe, futebol de Champions. Com o Pereirinha, mais do mesmo, mas pior (para eles). A velocidade, o “regate”, a intencionalidade no centro. Golo, Liedson, lindo!

Vivó Sporting… até morrer!: Continuamos na corrida. Friamente, só precisamos de não perder neste ciclo para continuarmos na corrida. A injecção de confiança vai contrabalançar as pernas doridas. Se ganharmos no Dragão, começa a onda. Se perdermos, voltamos ao mesmo. Se empatarmos, ainda estamos a correr.

Uma palavra para os estúpidos que preparam a animação do jogo: deixem as bancadas fazer o trabalho!!!! Parem de pôr as cheerleaders a abafar os cânticos. Parem de pôr o “My Way” no lugar da “Marcha” ou do “Só eu sei”. Acordem para o clube em que trabalham. Vejam jogos lá fora, em Madrid, em Barcelona, em Roma, em Milão. Vejam futebol e esqueçam a NBA. Parem de prejudicar o clube, por favor!!!!

A uma só voz

Paulo, gostei da conferência de imprensa. Pareceste-me confiante e conhecedor das mais valias adversárias.
Também gostei da entrevista do Moutinho, ao Record.
E, por mais insensato que possa ser, estou a gostar, muito, da fezada com que encaro o jogo de amanhã.
Põe a jogar quem tu quiseres. Se possível, ao pequeno almoço, deixa-os ver o resumo do 5-3 da época passada.
Ao jantar, sentem-se à mesa connosco.
Todos juntos, por um clube, por um símbolo, por uma paixão!
Spooooooooooooooooooooooooooooooorting!

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O meu dérbi (aquele que eu não vi)

Ter nove anos, querer ir à bola e não poder, é lixado.
Foi o que me aconteceu, em Dezembro de 1986, mês em que se jogava, precisamente, um Sporting-Benfica.

Como está bom de ver, culpei os meus pais por todos os males do mundo e mais alguns e, para não ter que partilhar o mesmo espaço com tais “criaturas”, agarrei no rádio de bolso e fui para a rua, ignorando os meus amigos lampiões (todos eles eram lampiões, pelo menos os mais chegados).

E foi sentado em cima da casinha onde o jardinheiro guardava as mangueiras, com um inesquecível portão verde garrafa, que fui festejando os golos. 1-0 e depois 2-0, a abrir a segunda parte. O Hugo, quatro anos mais velho, que entretanto tinha ido para casa ouvir o relato porque não acreditava que estava a levar duas batatas, ainda veio à janela feito estúpido (ou feito lampião, como preferirem), gritar o golo do Benfica, mas nessa tarde de Dezembro não voltou a pôr o nariz fora de casa.

3-1, 4-1, 5-1, 6-1, 7-1. O meu pequeno rádio em cores de táxi, verde e preto, pois então, berrava cada golo com toda a força que duas pequenas pilhas lhe permitiam. E eu berrava ainda mais, na direcção dos cinco pequenos lampiões incapazes de esboçarem uma reacção e, muito menos, continuarem a jogar às cartas.

Aquele dérbi, ainda hoje perdura na minha memória.
O dérbi em que um pequeno sportinguista calou uma rua de lampiões.
O dérbi em que o meu irmão, do alto dos seus seis anos, feitos há um mês, percebeu que a equipa mais fixe do mundo era o Sporting e não o Vitória de Setúbal.
O dérbi que eu não vi.