09/10 já mexe

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Parece confirmar-se aquilo que o Cintra já tinha dito aqui, até porque o jornal O Jogo também noticia que Bolton, Man City, Tottenham ou Arsenal serão o destino de Miguel Veloso.

E, já que falamos em contratações, ontem, na RTPn, gostei de ouvir o Bettencourt dizer duas ou três coisas, nomeadamente:
– “considero-me um candidato na linha de sucessão, que não de continuidade”
– “Faltou-lhe uma pontinha de sorte [a Paulo Bento], mas a ambição de vencer pode materializar-se a muito curto prazo, sem, contudo, falarmos de dinheiro ou falta dele, com discurso de coitadinho. Comigo, não. O que for pedido para a equipa será atendido, mas sem demagogia“;
– “Não recebo lições de sportinguismo de ninguém! Para debates não tenho muita paciência, mas se quiserem concursos sobre as equipas de futebol, basquetebol e andebol do clube, desafio-os a todos!” (ou seja, o ténis e o golfe parecem, finalmente, postos de lado)

Vergonhoso até ao fim

Nas últimas jornadas temos assistido a um amarelar cirúrgico dos jogadores do Sporting, mostrando o dito cartão a todos aqueles que estão à beira do castigo. Abel, Portiga e Miguel Veloso foram os mais recentes contemplados, juntando-se a Pedro Silva na lista de castigados.

Agora… Moutinho, que até já cumpriu castigo por ter visto o quinto amarelo em Guimarães, mas que volta a ficar de fora por “injúrias e ofensas à reputação”… de Bruno Paixão.

Mas será que ainda ninguém disse aos palermas que gerem a Liga, que o Benfica já não passa do terceiro lugar?

p.s. – Se a esta vergonha juntarmos os lesionados Caneira, Grimi, Rochemback, Izmailov, Vukcevic, e os “vamos lá ver se recuperam” Polga e Tonel, ficamos a saber que, para a recepção ao Nacional, Paulo Bento conta, actualmente, com Pereirinha, Carriço, Ronny, Adrien, Romagnoli, Yannick, Derley, Tiuí e Liedson. Será que temos mesmo que deixar cinco dos nossos melhores júniores, irem, um dia antes, à selecção de sub-19?

O meu Figo

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Acabou. Luís Figo, o jogador de futebol da minha vida, acabou a carreira.

Quando for velho, quando os putos da altura me falarem do mais recente produto da Academia sportinguista, mais um candidato à Bola de Ouro, eu responderei com um saudosista, “o melhor de todos foi o Figo, nunca houve mais nenhum igual”. Estou, hoje, a dezenas de anos de distância, absolutamente convencido que nunca haverá um jogador de futebol assim.

Para mim, na relação que mantenho com o futebol, seguramente mais nenhum jogador de futebol chegará, da mesma forma, ao meu sistema nervoso central. Porque eu cresci com o Figo. E o futebol cresceu em mim com o Figo. A minha ligação ao Sporting potenciou-se com o Figo. A minha paixão pelo futebol moldou-se com o Figo. Com o futebol do Figo, eu fui testemunha privilegiada de uma absolutamente improvável combinação de arte, trabalho, coragem e liderança. O Figo dentro das quatro linhas foi, na sua progressão, uma lição de vida.

O homem pouco me interessa. Pouco me interessou, sempre. Talvez uma escolha semi-consciente, quando se começou a perceber que o homem tinha pouco a ver com o futebolista. Mas, nesta esquizofrenia constante, o futebolista era tão grande que tornava o homem inferior e descartável. Um Peter Parker para o Spiderman.

O Figo do Sporting foi o ponto da partida, de uma importância para o meu sportinguismo que, quem conhece o meu percurso de vida clubística, perceberá (aos outros, poupo-os por tímida modéstia). O Figo do Barcelona acompanhei-o como se toda a minha geração estivesse à prova na Europa. Era ali que íamos mostrar o que valíamos. E valemos muito. Inesquecíveis fintas. A “bicicleta”, as simulações dos centros que punham os defesas à roda, os golos contra o Real Madrid, aquele fabuloso golo no épico da Taça de Espanha contra o Atlético de Madrid, de fora da área, na sequência de um canto. A confirmação de um talento construído na base do trabalho. Um líder, um símbolo.

Pelo caminho, o percurso inigualável do melhor jogador português de sempre na selecção. O mais consequente do futebol champanhe de 1996, o fabuloso líder de 2000, a melhor equipa de Portugal que eu vi jogar.

O Figo do Madrid valeu pelo primeiro ano e meio. Já era outro símbolo, de coisas que abomino. Mas com a bola nos pés, fez a segunda melhor época da sua carreira. Com a globalização às costas, continuou imparável em campo. Mágico. Depois, aquela lesão, acabou para sempre com o meu Figo. O melhor extremo direito da história do futebol. Sobrou o líder, o guerreiro, o capitão. Ainda ouve uma reciclagem do Figo original no Euro 2004, onde fez os dois jogos mais marcantes da sua carreira, para mim. Não tanto pelo talento, velocidade, instinto, que já lá não estavam na plenitude, mas por isso mesmo. Porque, como um leão maduro, não foi atrás da presa. Deixou a presa vir até ele. E devorou-a. Contra a Espanha foi um exemplo épico de liderança, levando uma nação às costas. Contra a Holanda, fez o melhor jogo de sempre pela Selecção. Um jogo perfeito. A imagem dele na Luz, com os papelinhos azuis e brancos a voar, é a imagem do momento mais doloroso da minha vida futebolística, um daqueles que invade a galeria da vida real. Porque eu queria ganhar. Mas queria ganhar com ele.

O primeiro ano em Itália ressuscitou-o pelo orgulho. Foi na altura certa para o futebol mais difícil do mundo. Deu uma contínua e regular lição de classe amadurecida. Como um Grand Torino, como o Grand Torino. Depois, foi uma lenta valsa até ao fim.

O Figo será sempre vítima do homem. Mas a história julgará o futebolista. E esse foi o melhor jogador de futebol da minha vida. “Eu vi o Figo”. Que melhor posso dizer quando for velho?

Frases

José Eduardo Bettencourt, o mais forte candidato à presidência do Sporting, deixou bem claras as suas ideias: “Paulo Bento forever!”

Eu, que até gosto do José Eduardo Bettencourt, aproveito para deixar bem claras as minhas: estou farto de ficar em segundo! (só para enumerar um dos pormenores bentianos que me enfastiam)

Diário de campanha I

A corrida mais louca do mundo já está na estrada. Confirmando as melhores expectativas, os candidatos a Rei Leão já protagonizaram episódios à altura do fabuloso potencial de parvoíce que apresentam. Eis o primeiro diário desta campanha que verá os diversos patrimónios de estupidez digladiarem-se pela conquista de um cantinho no nosso coração.

(nota: abreviamos a nomenclatura das personagens a dois nomes. Por conforto, para tentar que o ACP pague meia-página de publicidade no Cacifo,  mas também com a missão de combater uma avassaladora praga social como a “umnomeprópriodoisapelidos” que fez mais mossa na militância sportinguista que o fosso do novo estádio. A propósito…)

Pedro Souto e o fosso – o seu administrador financeiro sombra apresentou à imprensa algumas ideias do candidato, seguramente ocupado numa visita de negócios aos stands de carros em segunda mão de Fernão Ferro. A pérola estratégica que maior destaque merece é a épica tarefa (só ao alcance de Souto, aparentemente) de tapar o fosso de Alvalade. Ora aí está, finalmente, a propalada inovação! Num golpe de génio, pisca o olho à Cimpor para uma parceria, transforma aquele espaço na saudosa pista de tartan por onde poderão voltar a passar Maria José Valério em carros descapotáveis (fornecidos pelo presidente), bem como os alegres cabeçudos de Torres Vedras, agora personalizados em figuras da história recente do Benfica. Pelo caminho, aproveita para fazer desaparecer o Tiuí e dará aos sócios o impagável espectáculo de ver betoneiras a despejar cimento durante dois dias.

Dias Ferreira e as prioridades – Falhou um jantar em que os membros da hidra (inspirado termo surripiado à Última Roulote) procuravam convencê-lo a ocupar um lugar de destaque na lista de Carlos Barbosa (o advogado). Porquê? Tinha que ir à SIC participar no seu já lendário programa de gritaria e descontrolo taberneiro… evento onde terá versado todas as teorias sobre a sua candidatura a presidente do Sporting… candidatura que estaria mais definida se tivesse comparecido ao jantar da hidra… mas que faltou para discutir cenários… a questão coloca-se: e se o Sporting jogar à segunda à noite? Será, ele, o primeiro líder que assiste em directo aos jogos nos estúdios da SIC, com direito a golos gritados e cuspidos na tromba do caixadóculos do Cervan?

Carlos Barbosas e o complexo da pila pequena – Eis que surge o primeiro dislate da campanha. Carlos Barbosa contra Carlos Barbosa. Um Kramer contra Kramer leonino. O presidente do ACP inaugurará um novo estilo de comunicação no Sporting. Qualquer mal entendido custará meia página dos jornais de maior circulação do país. Paga pelo clube. “O Sporting vem esclarecer que o sr. Carlos Barbosa citado ontem na imprensa como o condutor do Suzuki Swift que tentou abalroar o autocarro onde ia Dom Duarte de Bragança, não tem qualquer ligação ao dr. Carlos Barbosa, presidente da Sporting SAD. Pelo erro e confusão que gerou na família leonina pedimos as nossas desculpas”.
Já o outro Carlos Barbosa promete suplantar o incumbente Soares Franco como o presidente mais monótono e menos carismático de todo o futebol da Euroásia. Para funcionar como boneco de um ventríloquo convém, ao menos, abrir a boca.

Paulo Cristóvão, o Florentino da Gomes Freire – Vive num afã. Reúne com Soares Franco para conhecer o passivo do clube. Manda o seu vice estudar os números. Anuncia uma apresentação aos sócios. Vê-se que está feliz com este protagonismo gratuito. E promete “já tenho jogadores”. A água na boca dos sócios cresce… finalmente isto fica mais interessante. Há nomes! Há unhas! Venham elas… Certamente a birra de Ronaldo não aconteceu esta semana por acaso. O CR7 prepara-se para ser anunciado como um dos vários jogadores de elite mundial na carteira de Cristóvão, com Pato, Essien e Ibrahimovic, todos com as mães raptadas num armazém de Mem Martins. Entretanto, já fez o reparo de que na conferência de imprensa agendada não apresentará jogadores. Um sinal, porventura, de que a compra do Essien está tremida…

A 23 dias do juízo final, Menezes Rodrigues e Rogério Alves esconderam-se um bocadinho. O primeiro estará muito provavelmente a estudar a viabilidade de uma candidatura ao rival da Segunda Circular, onde o seu perfil circense se adapta melhor. O segundo quer é mesas de AG, onde pode sentir-se feliz, entre garrafinhas de águas, copos virados ao contrário em papelinhos redondinhos cortados em ondas, e folhas em branco com o cabeçalho do Sporting.

A luta promete. Neste momento, aposto numa fusão automóvel entre Carlos Barbosa e Pedro Souto, que apresentará como reforço Luiz Miguel Militão, para liderar a obra de enchimento do fosso. E aposto que Dias Ferreira nunca irá candidatar-se. E que Cristóvão tem no bolso os direitos desportivos de João Pereira, Zé Manel e Paulo China.

Campeão?

fruta

15ª jornada: Primeiro golo em fora de jogo contra o Braga, que ainda viu dois penaltys não assinalados.
17ª jornada: Golo do empate contra os lampiões num penalty inexistente. A 20 minutos do fim.
18ª jornada: Golo da vitória, a cinco minutos do fim, com Farias a fazer falta sobre o defesa.
19ª jornada: Segundo golo num penalty inexistente sobre Hulk e numa altura em que só havia Paços em campo.
21ª jornada: Goleada em Matosinhos, onde havia salários em atraso e o guarda-redes não se fez a uma bola…
25ª jornada: Penalty contra por assinalar, à beira do intervalo. Contra a terceira melhor defesa da liga em casa.
26ª jornada: Contra recém assalariados, jogo empatado até à saída dos dois melhores jogadores do adversário.

Normalmente, sou o primeiro a dar os parabéns aos adversários quando ganham. Normalmente. Este campeonato foi tudo menos normal. Foi uma liga com dois asteriscos. Um, para o primeiro clube da história do futebol português que admitiu a culpa num processo de corrupção (não recorrendo da punição, descontando seis pontos num campeonato ganho à larga, quando devia ter andado a travar duelos, esta época, com Santa Clara, Leiria e Olhanense). Outro, para o clube mais beneficiado pela arbitragem, nunca prejudicado na segunda volta (bizarro, quando temos os piores árbitros da Europa) e que lançou a sua rede de influências por tudo o que era casa sem pão. Mas onde hoje haverá, seguramente, fruta.

Neste momento, nos Aliados, não se festeja a superioridade desportiva nem o mérito futebolístico. Festeja-se a sensação de impunidade total. Festeja-se uma identidade clubística baseada na mais pura mentira.  

(E não esqueçamos a cumplicidade do nosso presidente com esta vergonha… se há razões para uma revolução em Alvalade, esta é em absoluto a mais importante).

O CHICO ZÉ

Liedson Clube de Portugal-2, Choco Frito- 1

O ponto alto da noite: o inovador e vanguardista recurso à anedota para explicar o desempenho da equipa num jogo perdido no último minuto:   

“Isso faz lembrar a anedota da equipa alentejana que foi jogar ao campo do Manchester United. Caiu um nevoeiro cerrado e o árbitro deu o jogo por terminado. O Chico Zé, que era o guarda-redes da equipa alentejana, não percebeu que o jogo tinha sido interrompido e ficou na baliza. Os colegas, quando chegaram ao balneário, deram por falta dele e foram ao campo procurá-lo. O Chico Zé estava entre os postes quando lhe disseram que o jogo tinha sido interrompido e ele respondeu: Ah! Bem me parecia que não podíamos estar a massacrar o Manchester”

Carlos Cardoso, o homem de que toda a gente gosta, o homem que comete o mesmo erro só para provar uma teoria, o homem que insulta a nossa inteligência por achar que ao cometer o mesmo erro prova essa teoria. Mas quem pode acusar este homem seja do que for, quando, pela primeira vez na minha vida, eu ouvi um treinador contar uma anedota para explicar uma derrota?

Quanto ao Sporting, a questão já nem é querer ou não querer esta versão para o ano. A questão é que, pura e simplesmente, este Sporting cansa-me. Sempre o mesmo, sempre os mesmos erros de casting, sempre as mesmas deficiências genéticas, sempre a merda do Abel, sempre o inconsequente Veloso, sempre o deprimente Pipi, sempre os tiros secos de Postiga, sempre o Djaló a extremo direito, sempre o capitão a deixar “tudo em aberto para o ano”. Sempre o mesmo a desequilibrar a balança. E sempre a eterna gratidão ao levezinho. A novidade foi que decidimos começar a intimidar os árbitros logo no aquecimento… altamente eficaz, o jogo foi limpinho.

Uma palavra para Placebo, um visitante fiel: obrigado pela tua diversidade, mas sobretudo pela tua persistência. Lembras o Zandinga, quando todos os anos dizia que o Sporting ia ser campeão. Alguns anos depois, acertou em 2000. O actual estado do Polga é o teu 2000. Parabéns.

O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Jornada 28

OS ÚLTIMOS DEZ
Sporting – Paços de Ferreira  2-0
Sporting – Rio Ave  2-0
Leixões – Sporting  0-1
Sporting – Naval  3-1
Vit. Guimarães – Sporting  1-2
Sporting – Estrela da Amadora  2-1
Académica – Sporting  0-0

Sporting – Vitória de Setúbal
9 de Maio, 21h00
Na jornada que, muito provavelmente, servirá para os tripeiros festejarem o título, nós temos obrigação de garantir o segundo lugar, mesmo tendo em conta a resma de lesões e castigos que tornam este final de época ainda mais deprimente. É este o motivo de interesse maior, para o jogo de amanhã, ao qual podemos acrescentar o desejo de ver o Liedson marcar mais alguns golos, quem sabe para ainda ultrapassar o Nenê na lista de melhores marcadores (a propósito, gostava de saber do que estão à espera para ir buscar este gajo antes que ele assine por um dos rivais. É caro? Sim, mas já provou o que vale).

Marítimo – Sporting
Sporting – Nacional

Medo

Olho para as capas dos três diários desportivos, feitas com destaque para as eleições do Sporting, e por lá encontro a palavra “Continuidade”. Pior, só mesmo ficar a conhecer um candidato chamado Carlos Cruz, correndo o risco de ter alguém com esse nome a dirigir um clube de “meninos”. Percebo agora o porquê da presença do gajo da PJ…