TRÊS SPORTINGUES

Primeira vitória da época, adensa-se o dilema, ou melhor, o trilema. Que Sporting?

A – O da 1ª parte não ganha o título e fica atrás do Benfica. Quanto mais não seja porque o Liedson falha golos de forma escandalosa, o Matias Fernandez é completamente ignorado pelos colegas (em especial por M. Veloso, que não lhe passou uma bola em 45m!… o chileno tocou cinco (!?!?!?) vezes na bola), o namorado da Floribela é mais vezes Djaló que Yannick (as proezas com a canhota dizem tudo… quando não pensa, sai bem) e, sobretudo, porque a equipa tem medo… um medo enorme de jogar à bola.

B – O do início da 2ª parte fará uma época parecida com as anteriores. Ganha quando o Liedson marca e o Vuk define. Quando isso não acontece, não ganha. Ficamos em segundo lugar se o Benfica voltar a ser incompetente.

C – O do final do jogo, desde que o Veloso passou para defesa esquerdo e passámos a jogar em 4-4-2, com um duplo pivot feito por Moutinho e Mati. É verdade que a equipa animou com o golo e com a expulsão da Académica. Mas a equipa jogou naturalmente à bola, com os espaços preenchidos, os bidons todos nos sítios, a recuperar e a sair a jogar. Terá de ser a própria equipa a subir o nível para que fique, noutros jogos, numa situação anímica de vantagem equivalente à do jogo de Coimbra. Mas assim, longe do raquítico losango, talvez até consigamos lutar pelo título, essa improbabilidade estatística dado o nosso tão fraco orçamento.

Do Paulo Bento não falo (muito…). Conferenciei com os outros “actores” da cabala, com o “realizador” e o “patrocinador”, e concluímos que, coitadinho, ele é tão competente e incompreendido, que dá pena… Espero que tenha a clarividência de trabalhar o Sporting C e que chegue lá, que nos dê a alegria que todos queremos… Mas como já gastei o fornecimento de Benefício da Dúvida que tinha em armazém, e como me irrita a arrogância (“sei quem eles são”) e a desonestidade intelectual (o Sporting tem menos dinheiro para gastar porque o treinador ainda não valorizou um único jogador desde que está à frente da equipa, com excepção do Nani… e porque os dirigentes são merceeiros), por causa de tudo isto e de outras coisas, continuo a apostar que não há vida para além dos Sportingues A e B com Paulo Bento… até ser tarde de mais.

O Bloco de notas do Gabriel Alves – 3ª jornada

É um estádio bonito, novo… arejado
Académica – Sporting
30 Agosto 2009, 20h15, Municipal de Coimbra

Uma humidade relativa, muito superior a 100%
Mais uma jornada, mais um jogo com luz artificial. Porquê 20h15 em vez de 18h15, por exemplo? Bom tempo, noite espectacular para usar a camisola oficial. Com ou sem babete.

A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco…
A Académica, equipa simpática que joga num 4-3-3 que facilmente se transforma em 4-5-1, está como nós. Um empate e uma derrota. Às 22h é obrigatório que continue a somar apenas um ponto na tabela.

Este homem é um Mister
Rogério Gonçalves tanto podia ser treinador como dizer-nos bom dia quando vamos à mercearia. No fundo, só nos lembramos que existe quando damos de caras com ele.

Ele é excelente nestes lances porque a bola está morta e passa a estar viva
Amaury Bischoff, o tal que, ao que parece, esteve para vir para o Sporting, tem tudo para tornar-se na figura desta equipa, mas enquanto o certificado internacional não chega as atenções viram-se para o avançado Sougou (em dúvida).

 A vantagem de ter duas pernas!
Tenho pena que Pedro Roma já não jogue, ele que era constantemente “enrabado” pelo Liedson. Mas há toda uma defesa aos tremeliques para apertar, com um lateral esquerdo do tamanho do Quim Berto, Pedro Costa, e um central que parece saído de uma telenovela, Luiz Nunes.

E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha
Paulo, não há volta a dar-lhe: é obrigatório ganhar em Coimbra. Se preferires o trocadilho fácil, tens que passar no exame. Ao que parece não vais mexer na equipa que jogou em Florença, embora eu achasse que devesses colocar o Vuk no lugar do Djaló, ao lado do Liedson. Independentemente disso, depois de termos atirado borda fora aquela mobília brasileira que pesava demasiado, tenho a certeza que o nosso Titanic vai contornar mais este iceberg.

Vamos jogar no Totobola
Académica – Sporting     2

Cantinho Zandinga
Académica – Sporting     0-3 (Liedson 8′, Liedson 27′, Matias 54′)

Recto ou obtuso?

angulo “Um, dois, três… sete, oito, nove e dez, vou abrir… eh lá… o que é isto? Risco ao meio?”

A política de contratar jogadores perfeitamente adaptáveis ao losango atingiu outro nível… Angulo, adaptável a qualquer um dos vértices e à própria nomenclatura da táctica, que passará, obviamente, a responder pelo termo Losangulo (copyright Cintra)… A seguir, contrataremos o Dubradissas, grego preterido no Famagusta, e, meus amigos, o Yuri Scilickone, que dá consistência ao meio-campo da equipa B do Dnepr.

Três dias

É o tempo que falta para o mercado fechar. Era mesmo necessário ter esperado tanto?  Afinal não havia dinheiro e tenta-se comprar o Buonanotte (1,61m), cujo passe está avaliado em mais de 5 milhões? E o Jorge Andrade a custo zero, não? E o Paulo Ferreira por empréstimo? E se quiseram contratar o César Peixoto, porque não foram buscar o Duda ao Sevilha, que vinha por 1 milhão ou por empréstimo? E se fossem ter com o Mourinho e lhe pedissem para convencer o Quaresma a passar um aninho em Portugal? E, já agora, alguém sabe dizer-me que é que gere o mercado e as contratações do Sporting?

Delírio de uma tarde de Verão

andriy_shevchenko_chelsea

Carlo Ancelotti confirmou que o ucraniano Andriy Shevchenko vai abandonar o Chelsea nos próximos dias. “Eu falei com Shevchenko, ele gostava de jogar com regularidade mas para mim é difícil dar-lhe a possibilidade de actuar muito e ele tomará a decisão certa para ele. Aqui não jogaria com continuidade e ele decidiu ir-se embora.”

Eu, se fosse presidente do Sporting, ia imediatamente a Londres, mas isso sou eu que adoro este tipo de delírios, que acho que o Sporting seria o clube ideal para o Sheva voltar a marcar golos atrás de golos e terminar a sua carreira em grande e, imagine-se, que acho que ter jogadores como Schmeichel, André Cruz ou Jardel é meio caminho andado para vestir Portugal de verde e branco a festejar o tão desejado título.

A Alcochete…

… perguntar ao nosso presidente, José Eduardo Bettencourt, qual a lógica de andar constantemente a dizer que seria o apuramento, ou não, para a Champions, a ditar o grau de investimento no plantel, em vez de termos reforçado logo a equipa de forma a podermos ser apurados e ganhar os milhões que tanta falta nos fazem?

Já agora, sr Presidente, vai mesmo chegar mais alguém ou ficamo-nos pelo orgulho de ter terminado o jogo de Florença com oito miúdos formados nas nossas escolas?

Ao aeroporto…

 … perguntar ao Paulo Bento porque é que, quando acabamos de levar um golo que nos tirou a vantagem na eliminatória, decide substituir o nosso organizador de jogo, numa altura em que era claro que a Fiorentina ia abdicar de assumir o jogo. Para meter o Djaló a 10, um jogador que não controla uma bola em pressão? Ou como meio caminho para meter o Tonel a saltar na frente, em mais uma bela versão do Carnaval de Torres?

Não criámos nem mais uma oportunidade de jogo e não fizemos mais nada se não bombear bolas… sem nexo, sem estratégia, sem táctica, sem treinador. Nos últimos 30 minutos dos dois jogos desta eliminatória ficou à vista porque é que o Paulo Bento não serve para o Sporting… é o período em que os bancos decidem os jogos equilibrados. E o banco do Sporting  já está debaixo de água.

Mais um metro ao fundo…

O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Champions League, 2ª mão play-off

Estou há 20 minutos a tentar escrever a antevisão ao jogo desta tarde/noite, em Florença, no histórico Artemio Franchi, mas na minha cabeça apenas pairam as declarações do Izmailov, prova de uma enorme solidariedade para com o treinador ou, se preferirem, prova de que, à excepção do bote de salvamento chamado Rochemback, estão todos prontos para tentar aguentar o nosso Titanic e, se assim se justificar, ir ao fundo com o capitão.

A mim, que fico em terra, resta-me desejar boa sorte aos nossos marinheiros e gritar bem alto Força, Sporting, Vence por Nós!

E o iceberg, ninguém viu?

Titanic_sub

Ao Paulo Bento, revolta ver o Rochemback atirar-se para os pequenos botes com crianças e mulheres. A mim também, porque com aquele peso os próximos dias da Mulher e da Criança em Alvalade prometem mais lugares vazios na bancada.

Mas até compreendo que o Rochemback queira saltar do Titanic. Não tanto porque seja maricas, que é, mas sobretudo porque é esperto. Aquela circunferência abdominal não encontra par em nenhum diâmetro de nenhuma bóia. E no barco ainda vão algumas nutricionistas de bom aspecto.

A mim revolta-me mais que o capitão do Titanic não tenha lido as coordenadas com cabeça e não tenha reparado que estava a levar o barco por mares inundados de icebergs. E que, quem estava de vigia, não tivesse reparado, a tempo, que se aproximava um bloco de gelo a um ritmo assustadoramente lento, como lento é o futebol da equipa há um ano.

Ao menos não se pode acusar o homem de não ter avisado para onde caminha o Sporting. Vamos ao fundo, sem apelo nem agravo. Mas vamos ao fundo com os dentes cerrados, numa demonstração de grande coragem e de grande sportinguismo. Todos lá em baixo, a morrer asfixiados enquanto a banda toca e a Kate e o Leonardo se beijam pela última vez (ou a Floribela e o Djaló).

Hoje, vejo o jogo de colete vestido e insuflado… e fico à espera do sinal do Paulo Bento para suster a respiração…  Vivó Sporting!