Quando estamos perante um acontecimento como este, volta a fazer-me enorme confusão o silêncio de, por exemplo, Luís Duque. Mas mesmo que o boneco da Michelin não queira falar, que tal alguém do departamento jurídico vir esclarecer os adeptos sobre tudo o que envolve o negócio Yannick?
Se existia coisa que era urgente combater, era a ausência do chef e dos ajudantes de cada vez que cheirava a esturro na cozinha. Neste momento, o cheiro a refogado é tal que até já me sinto agoniado (já agora, o comunicado sobre a cedência do Boji9 é uma merda. Custava dizer aos sócios e aos adeptos como é que vai processar-se o pagamento do ordenado do rapaz?)
Mês: Janeiro 2012
Ya, nick!
1 – Não gosto nem nunca gostarei de ver jogadores formados em Alvalade com a camisola de Benfica ou de Porto.
2 – Não vou ser hipócrita e estar agora a dizer que Yannick faz falta e que é um grande jogador. O Sporting deu a Yannick mais oportunidades do que ele teve para marcar de baliza aberta ou para aprender a dominar uma bola de primeira. Obrigadinho pelo jogo contra os lamps, obrigadinho pelo jogo contra os tripas, obrigadinho por mais meia dúzia de jogos. É pouco, claramente, para quem tem tantos tiques de vedeta (o desfile de penteados era patético).
3 – Jesus quer fazer dele um jogador de topo. Ok, está no seu direito. Tal como estava no direito de achar que César Peixoto era um grande jogador ou Roberto e Júlio César uma grande dupla de guarda-redes. Aliás, até quero ver quem é que o Jesus vai tirar da equipa. (já agora, onde pára o Balboa?)
4 – A seu favor, Yannick continua a ter o factor físico, nomeadamente o arranque e o sprint sem bola (com bola a relva vira gravilha). E aquela vontadinha de mostrar que é um craque. Resta saber como é que o puto mimado, que amua quando marca golos, vai gerir o lugar no banco.
5 – Nunca assobiei Yanick ou qualquer outro jogador que vista a camisola do Sporting. Mas, a partir de agora, passou a ser adversário. E caso lhe fuja a boca para o disparate e decida cuspir no prato onde comeu, sou gajo para tratá-lo à moda do Javardo Garcia.
6 – Não sei quem, mas alguém vai ter que pagar os 4 milhões que estão a faltar na contabilidade.
Sem banhas
Oito e meio
Num mundo perfeito, o Sporting teria regressado às vitórias com uma grande exibição. Infelizmente, como o mundo não é perfeito, o Sporting limitou-se a cumprir a obrigação e a regressar às vitórias. «Não podemos passar do 8 ao 80», disse Domingos. Concordo, embora tenha faltado naquela sala um jornalista capaz de perguntar-lhe se ele já tinha percebido as razões de ter passado do 80 para o 8.
Olhando para o que se passou ontem, eu diria que o Sporting passou do oito para o oito e meio. Deu um pequeno passo, aos tremeliques, como qualquer comilão de Cerelac. E manteve-se em pé à custa do mano mais velho, que bebe claras como o Rocky e, perante os receios dos mais novos, assumiu a responsabilidade.
Nas bancadas, mais de 38 mil leões, muitos deles em formação, aplaudiram o resultado. Os mais pequenos regressaram a casa sorridentes. O Sporting ganhou. Viram alguns dos seus jogadores preferidos. Puderam ir ao estádio vibrar com um jogo a horas decentes. Os mais velhos, regressaram a casa preocupados. Porque voltaram a ver uma equipa sem fio de jogo. E sem ideias. E um treinador a insistir em ideias que já se viu que não resultam (ainda não deu para ver que o Neto não é trinco?).
Salvou-se, pois então, a vitória, fundamental, e mais uma demonstração de Sportinguismo por parte dos adeptos (já tinha sido de assinalar a presença de mais de 17 mil pessoas para assistir ao jogo com o Moreirense), que mesmo numa fase de desilusões consecutivas voltaram a dar um voto de confiança a toda a estrutura do futebol. Se saberão aproveitá-lo, é a pergunta que fica.
Palavras
Depende sempre da interpretação de quem ouve, o resultado daquilo que dizemos.
Não pude, por isso, deixar de considerar aberrantes, as palavras de Sousa Cintra, afirmando que está tudo bem no Sporting, que não existe crise nem nenhuma anomalia. Claro que o ex-presidente já nos habituou a tiradas estranhas, mas esta só me dá vontade de perguntar-lhe se é parvo ou se já se juntou ao ilustre Soares Franco na teoria de que ir à Champions já é fixe.
Estranhas foram, também, as palavras de Domingos, na conferência de imprensa que antecedeu o jogo desta tarde (finalmente, um jogo à tarde em Alvalade): «a jogar em casa, terá de ser um meio-campo muito mais criativo e ofensivo que noutros jogos». Fiquei sem saber se Domingos criticava a postura tida em jogos anteriores, se assumia que existe uma estratégia diferente quando se joga fora ou contra adversários superiores ao Beira-Mar. É que, pelo menos para mim, só há uma de montar uma equipa do Sporting, principalmente em jogos do nosso campeonato: com um meio-campo ofensivo e a pensar em ganhar.
Por todas estas possibilidades interpretativas, há quem defenda que há imagens que valem por mil palavras. Eu diria mais. Há imagens que, juntamente com as palavras certas, nos deixam sem saber o que dizer. Ou perante tamanho descarregar de emoções, resumir tudo num único grito: Sporting!
Actualização: ao passar numa banca de jornais, não pude deixar de reparar na vergonhosa e propositada quase ausência de palavras sobre o que se passou ontem, na Feira. É a merda de futebol, de imprensa e de país que temos.
Gira-discos (porque o estado de alma leonino também se canta)
De Olhão a Leiria, passando pelo falhanço de Betinho, pela vergonhosa prestação do apitador Rui Silva e pela puta da lesão de Schaars…
Gostava muito de vos ver (ao vivo) leõezinhos
Mas vai ter que ser pela televisão. É uma pena que o “irresolvível” problema da relva vos impeça de jogar em Alvalade (tal como impede a equipa principal de treinar), mas acredito que os Leões do centro saberão deixar as bancadas de Leiria bem compostas e ajudar os nossos a ganhar ao Inter de Milão e a passar à meia final do Next Gen.
Para a posteridade, fica uma frase de Sá Pinto na antecipação ao jogo: «Espero que percebam a sorte que têm em representar o Sporting».
Não seria mal pensada gravá-la na parede do túnel de acesso ao balneáreo da nossa equipa principal. Em várias línguas, de preferência.
Força putos! Força Sporting!
Alguém faz o favor de desmentir isto?
“I was holidaying in Greece and I got the call. Sporting wanted me and they wanted me quick. So I flew there the next day, with Bianca. My parents were there, from Holland, and it was like a roller coaster. Stadium, medical, more talks and then they left us in a skybox and we had to decide. My dad said: you only get one or two of these opportunities… So we did it. There were a lot of doubters, mainly because the Portuguese competition has the reputation of being mean, but that is truly exaggerated. The top half of the league here play really technical football. Pass and move, high paced. It’s a founded on resilience and tenacity though, but it’s only amongst the weaker teams that you find some butchers at the back. But hey…you gotta find ways to protect yourself. I move constantly. Constantly looking for space. I weighed 70 kilos in Holland, here I am 75 kilos. I gained muscle and strength and I feel fit and in form. The pressure from these tough defenders has made me stronger.”
The former Vitesse strikers continues. “You know a huge difference with Holland….? In Holland, they say “you play like you practice…” Hence my coaches at Utrecht being livid if I tried something flash. Here, they hardly train. It’s all focused on being in the zone on matchday. I love it! We practice an hour a day. Stretching, a bit of fooling around. A bit of tactical stuff. Done! And before the matchday, it’s massages and all that. Hours long! Lovely, haha. I hate practice and everyone here does.”, Wolfswinkel, numa entrevista a este blogue (podem ler toda, se quiserem).
Enquanto espero ouvir dizer que o rapaz não disse (ou não quis dizer) isto e que tudo não passou de má interpretação do jornalista, não posso deixar de sentir-me angustiado e revoltado.
Sunday(s) Bloody Sunday(s)
Quem acompanha o que aqui vou escrevendo, sabe que não votei em Godinho Lopes e também sabe que nunca morri de amores por Domingos. Não que questione as suas competências enquanto treinador, antes não engraço com a figura em si. Não seria, portanto, de estranhar, que assumisse o fim da minha tão mal tratada tolerância. Mas sinto, precisamente, o contrário: em minha opinião, seria um profundo disparate despedir Domingos. Aliás, fazê-lo, seria estar a dar de bandeja ao corrupto mor aquilo que fuga de Villas Boas não lhe deu tempo de conseguir.
E podemos seguir por aqui. Causa-me espanto, sinceramente, que no calor da azia vários Sportinguistas queiram vestir o papel de Mel Gibson e tentar convencer uma Julia Roberts imaginária de que o homem veio para o Sporting a mando do dito corrupto. Que é um tripeiro infiltrado, no fundo. Peço desculpa, mas como não sou a risonha Julia a minha resposta a essa teoria é um incrédulo “foda-se…”.
Não fará mais sentido pensar que o Domingos aceitou um desafio que, e sejamos sinceros, muito boa gente recusaria? Sim, treinar o Sporting é o maior desafio que pode colocar-se a um treinador a nível nacional. E, assim sendo, é também o maior risco que um treinador pode correr, nomeadamente se falarmos de um treinador novo que depressa pode ver ser colocado em causa tudo o que já tenha mostrado de bom. Mas treinar o Sporting é, também, a proposta com mais adrenalina. Porque tem que começar-se de novo, reconstruindo, sobre o arame, um puzzle com uma história tão brilhante e, ao mesmo tempo, tão complicada de ser-lhe dada continuidade.
É verdade que o que se passou em Olhão mostrou um Domingos desnorteado e a meter os pés pelas mãos. Mas seria de uma tremenda desonestidade dizer que o homem não tem mãos para este Leão de competição, quando, arrancando de trás (por motivos que nos deixaram revoltados mas que, agora, parecem já esquecidos) fez dez voltas em tão grande estilo que nos fez a todos acreditar que era possível vencer esta prova de resistência. Sim, é verdade que esse sonho se esfumou no futuro imediato, mas há outras corridas a conquistar. A primeira das quais, tão importante como levantar qualquer caneco, passa por não deixar quebrar o elo que voltou a criar-se entre equipa e adeptos. Muito sinceramente, eu acredito que Domingos será capaz de não mandar pela janela essa enorme conquista. Resta saber se ele e se os jogadores que ele comanda, também acreditam.
Descarregar a frustração
Enquanto arrumo as ideias para vos dizer o que penso sobre Domingos, convido-vos a descarregar a frustração na eleição do blogue do ano (quem já o fez, que passe a palavra). 200 votos de diferença é pouco para enxovalhar os tristes que têm como única forma de propaganda e promoção a ofensa ao Paulinho e o ataque ao Sporting.
Para votar é só clicar aqui e ir à categoria desporto.
Até logo.