As outras finais

Académica, em Alvalade. Visita ao Dragão. Recepção ao Braga. De novo Académica, desta feita no Jamor, onde se jogará a conquista da Taça.
A possibilidade de ir à Champions, onde, sinceramente, me parece que podemos fazer boa figura. E a possibilidade de conquistar um troféu que, parece-me, será justo por aquilo que os jogadores lutaram e jogaram esta época.
E esta noite, frente aos estudantes, pese haver gente a gozar ponte e os preços dos bilhetes serem estúpidos (eu tinha aberto a porta aos sócios e praticava preço de sócio para os adeptos), será uma excelente oportunidade para mostrar que continuamos a acreditamos nesta equipa e que estaremos com ela até ao fim.

Também nisto, faz diferença ser do Sporting

«Iñigo Cabacas morreu aos 29 anos fruto de um disparo de uma bala de borracha da Polícia Espanhola. Tudo aconteceu no dia 5 de março numa rixa entre a Polícia de Bilbau e alguns elementos da claque do Athletic.Em memória do basco, os adeptos do Sporting presentes em San Mamés apresentaram uma tarja onde podia ler-se “Não te esqueceremos”, complementando a frase com a imagem de Iñigo.Perante este gesto, os bascos presentes em San Mamés aplaudiram de pé os sportinguistas e gritaram a plenos pulmões “Sporting”. À saída, os hinchas formaram um cordão humano e à medida que os adeptos leoninos saiam eram aplaudidos e saudados efusivamente.
Uma situação em tudo semelhante já havia ocorrido no encontro em Alvalade no jogo primeira mão. Hoje foi apenas mais um gesto que selou um laço de amizade entre os adeptos dos dois clubes.O SAPO Desporto falou com alguns bascos que não tiveram dúvidas em considerar os sportinguistas como uma das melhores claques do Mundo e disseram existir, a partir de agora, uma irmandade entre os Leões de Portugal e os Leões de San Mames».

Pormenores

– Não me apetece fazer o que quer que seja. Estou fodido. Muito.
– Hoje ainda lamento mais o desperdício de Alvalade, do que o que lamentei há uma semana. Com a pontaria mais afinada e sem sofrer um golo estúpido, era coisa para termos resolvido a eliminatória.
– Falhou a final Real – Braça, mas vai haver Athletic – Atlético. Importa é a UEFA estar feliz.
– Acho que vou pregar uma cotovelada na tromba do primeiro gajo que me disser que o primeiro golo não nasceu de uma agressão não assinalada.
– Os amarelos a Wolfswinkel e a Carriço foram apenas mais dois momentos de uma arbitragem perfeita.
– Fizemos uma grande primeira parte. Ou melhor, uns grandes 43 minutos.
– É inadmissível cabecear com medo da bola, como fez o Pereirinha. É ainda mais inadmissível, marcar um golo aos 43 minutos e sofrer um ainda antes do intervalo.
– A equipa deu o berro, mesmo com as poupanças do fim-de-semana. E sem Matias deixou de saber ter a bola (já tinha acontecido o mesmo na segunda mão, frente ao City).
– Não sei se concordo com tudo o que fez Sá Pinto, mas admiro a forma como encarou o jogo. Afinal, é isto que estamos sempre a pedir: um Sporting que jogue para marcar e ganhar.
– Deixa-me profundamente irritado a convicção de que somos superiores ao Bilbao. E meteu-me nojo a quantidade de vezes que os seus jogadores se atiraram para o chão.
– A esta equipa faltou Izmailov, faltou Elias, faltou Rinaudo e faltou Ogushi. Matías está entre a vida e a morte e Jeffren tem que decidir se quer, ou não, ser jogador de futebol. No fundo, esta equipa deixa-me esperançado.
– Aprecio, cada vez mais, o Wolfswinkel.
– Quando fui deitar a minha filha, ela perguntou-me pelo Jubas. Coloquei o boneco ao seu lado e ela diz-me, do alto dos seus dois anos e oito meses cheios de sono: «tem uma roupa do Poking. Goto muito do Poking, papá».
– Eu também gosto muito do Sporting. E é por isso que não me apetece fazer o que quer que seja. Estou fodido. Muito.

O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Liga Europa, meia-final, 2ª mão

É um estádio bonito, novo… arejado
A. Bilbao – Sporting
26 Abril 2012
20h05, San Mamés

Uma humidade relativa, muito superior a 100%
Há quem diga que vai chover, há quem garanta que estará apenas frio. Eu digo que isso é indiferente perante a possibilidade de vermos a nossa equipa disputar o acesso a uma final num dos estádios mais importantes do mundo.

A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco…
O jogo de há uma semana mostrou que o Bilbao está longe de ser um papão. Sabem jogar à bola, pois sabem. Sabem pressionar e sair a jogar. Provavelmente o Muniain vai jogar um pouco mais (estou curioso para ver o que rende jogando ao meio) e a presença de Javi Martinez aumenta o perigo do jogo aéreo em lances de bola parada. Mas, porra, se os parámos uma vez podemos voltar a pará-los! (e duvido que este pensamento não circule na cabeça dos adversários)

Este homem é um Mister
Para além de ser o treinador que é, Bielsa tem tido um comportamento exemplar quando se refere ao Sporting. É ganhar-lhe e aplaudi-lo.

Ele é excelente nestes lances porque a bola está morta e passa a estar viva
Em Alvalade, Susaeta foi o melhor do Bilbao. É esperar que tanto Muniani como Llorente mantenham o nível mediano de Lisboa.

A vantagem de ter duas pernas!
Confirmou-se que o lateral esquerdo, Aurtenetxe, é o elo mais fraco da equipa. Mas, também, que Amorebieta e Iturraspe têm dificuldade em saber o que fazer à bola quando bem pressionados.

E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha
Sá, sabes ao que é que eu acho piada? A ter quase a certeza que tu e os jogadores estão tensos, sim, mas desejosos de que chegue a hora do jogo para poderem divertir-se a jogar à bola. Divirtam-se e, se possível, divirtam-me. Mas se preferirem fazer-me perder mais um ano de vida, como em Manchester e em Kharkiv, estejam à vontade. Terei todo o prazer em, amanhã, comprar um dos sete mil bilhetes que os bascos colocarão à venda na net.
Spooooooooooooooooooooooooorting!

Vamos jogar no Totobola
A. Bilbao – Sporting   X 2

Chamem-me doente

Ao longo desta semana tenho pensado qual será a música ideal para celebrar a passagem a uma final. E, ontem, decidi qual o vídeo que convosco partilharei em caso de vitória. Hoje, entrei no carro, e a primeira música que ouço é… mesmo essa. Só espero que não sejam os deuses do futebol a gozarem comigo.

A revolução de Sá Pinto

Confesso que questionei, e não foi pouco, a escolha de Sá Pinto para treinador principal do Sporting. Por estar cansado de ver o clube sempre a mudar de treinador, por achar que uma grande campanha à frente dos juniores era uma carta de apresentação demasiado reduzida e, pior, por ficar com a ideia de que a escolha era uma fuga para a frente desta direcção que, vendo afunda-se um dos pilares do seu anunciado projecto (Domingos), tratou de escolher um nome querido à maioria dos Sportinguistas e bem visto no seio das claques.

A verdade é que, ao fim de dois meses e meio, me vejo imbuído numa profunda crença de que podemos estar perante o homem que dar ao Sporting a consistência em termos de vitória e de título que tanto desejamos. Não é uma questão de Sportinguismo, de sentir o clube como um adepto e de passar esse sentimento aos jogadores. É importante? Claro que sim. E pode fazer a diferença. Mas só o fará se também existir uma idêntica capacidade de preparar táctica e tecnicamente uma equipa, respondendo de forma afirmativa às inúmeras variantes que um jogo de futebol apresenta. No fundo, a confirmação daquilo que faz os grandes treinadores: a combinação da capacidade para liderar homens em termos mentais e em termos estratégicos.

E é isso que, aos poucos, Sá Pinto tem vindo a mostrar. Primeiro, com um discurso totalmente inverso ao do seu antecessor, conquistou a alma dos jogadores e, hoje, sabe que tem todos do seu lado. Depois, criou bases para um crescimento estratégico. Pouco bonitas, dissemos nós, realistas e resultadistas, respondeu ele. E com razão porque, e como bem sabemos, vitórias atraem vitórias. O ponto alto desta afirmação teve lugar frente ao Bilbao, em Alvalade.
Em termos mentais, começou por surpreender o adversário ao iniciar a partida com vontade de dominar e assumir as despesas do jogo. Depois, quando era preciso, deixou bem claro que o objectivo era ganhar ou ganhar, ao fazer substituições que resultaram num empolgar da equipa e das bancadas. Em termos estratégicos, foi deliciosa a forma como respondeu ao que Bielsa tinha feito. A partir do momento que o Bilbao recuou o trinco e abriu os centrais nas saídas de bola, Wolfswinkel passou a jogar à rabia entre estes três. E nenhum dos alas podia ajudá-lo, dada a colocação dos laterais bascos para lá da linha de meio campo. Primeiro, Sá Pinto colocou Carrillo e desviou Marat para o meio. Depois, colocou Rubio e, a partir desse momento, com dois avançados a pressionar, o adversário deixou de poder sair a jogar e, mais, obrigou ao recuo de Iturraspe que deu a Marat a possibilidade de pegar no jogo e partir o Bilbao ao meio.

Esta noite, será mais um duro teste a esta revolução em marcha. Um teste a Sá e à equipa, mas também a nós, adeptos, peça incontornável nesta nova era verde e branca que parece desenhar-se. E, face ao aproximar de uma enorme batalhada, é gratificante sentir que, no banco, comandando as tropas, está alguém de quem podemos esperar muito mais do que um “aperta com eles”.

A Taça é, realmente, uma festa

«Em apenas alguns minutos, a Federação Portuguesa de Futebol vendeu todos os bilhetes de que dispunha para a final da Taça de Portugal. O afluxo de interessados foi de tal maneira elevado que o Portal do Futebol esteve em manutenção algumas horas. A Federação Portuguesa de Futebol lamenta o incómodo causado por um número “record” de acessos ao www.fpf.pt.
Distribuição de bilhetes para a Taça
De acordo com os regulamentos, os bilhetes para a final da Taça de Portugal são distribuídos da seguinte forma:
65% para os finalistas (32,5% por cento para o Sporting Clube de Portugal e 32,5% por cento para a Associação Académica de Coimbra)
5% para Associação de Futebol de Coimbra (por ter um clube clube participante)
10% para Associação de Futebol de Lisboa (5% por ter um clube participante e 5% por ser a Associação em cujo distrito se disputa a final)
20% Federação Portuguesa de Futebol
A grande festa do Futebol Português está agendada para o dia 20 de Maio de 2012, às 17h00, no Estádio Nacional»

Ora, o que acho curioso, para além do facto do site da FPF ter estado em manutenção algumas horas, é o site da AFL ter lá escarrapachado «A Direção da Associação de Futebol de Lisboa informa que NÃO terá bilhetes para venda para a Final da Taça de Portugal a realizar no próximo dia 20 de Maio».

Portanto, e como diria o Guterres, é fazer as contas. Tendo o Jamor uma capacidade de cerca de 38 mil lugares, fica por saber quem vai ocupar os 3800 supostamente enviados à AFL e como é que desapareceram os 7600 que a FPF supostamente vendeu através de um site em manutenção.