30 mil e mais qualquer coisa

Tal como muitos de vós, confesso que franzi a testa quando vi anunciada a assistência no placard electrónico: perto de 30 mil espectadores.
Desde meio da manhã, altura em que tive que deslocar-me a Alvalade, que vi gente, muita gente à volta do estádio. Muito novos e mais antigos, com outras gerações pelo meio, assinalando o regresso do futebol e do futebol à tarde.
Há hora do jogo, o caos estava instalado: entre pessoas a quererem levantar bilhete, outras a quererem comprá-lo, filas, longas filas para entrar. Apito inicial, milhares de pessoas cá fora, tentando apressar a passagem pelos torniquetes. A pergunta que fica é: será que todas as entradas foram contabilizadas? Por exemplo, a minha filha quis entrar a pé e o funcionário de serviço passou o cartão dele para contabilizar, mas outros entraram à minha frente com os filhos e filhas ao colo. E, caraças, quantos milhares de crianças estavam, ontem, em Alvalade?
Digamos que, e esta é a minha opinião, será impossível ter a certeza de quantas pessoas estivaram efectivamente presentes. Para mim, que me habituei a fazer contas olhando para as bancadas do José Alvalade, diria que não menos de 35 mil.

Entretanto, esta dúvida levou-me a pensar noutra questão: o tão criticado preço dos bilhetes. Sou sincero, também acho que os preços para ver um jogo com o Arouca, neste cenário de crise, eram exagerados. Mas a verdade é que também vi um desfilar de camisolas e outros acessórios a serem comprados na loja verde. É complicado afirmar que o estádio podia encher com outros preços. Até porque, e conheço alguns casos, houve vários sócios e adeptos com gamebox que não foram ao jogo em virtude de estarem de férias.
Assim sendo, espero que tenhamos novas oportunidades de ver o Sporting jogar à tarde e, já com as férias como recordação, tentarmos perceber o real impacto desde regresso a horários decentes. Para já, fica o doce sabor de uma tarde onde se ouviram os cânticos ecoarem um pouco por todo o estádio.