Esta é a primeira parte do terceiro capítulo da trilogia que faz um resumo da época 2011-12. Em DVD estão já «Nem o caneco nem o caralho» e «O solista…».
Não é fácil eleger o melhor jogador da época que há uma semana terminou. Não por falta de opções, antes porque não consigo decidir entre dois nomes. Assim sendo, o Prémio de Jogador do Ano vai para Rui Patrício e para Schaars.
Patrício deu continuidade ao que de muito bom tinha prometido no final de 2010-11, com a pequena grande diferença de ter conseguido manter o elevado nível ao longo de toda uma época. No fundo, confirmou todas as potencialidades que lhe eram apontadas, confirmou ser guarda-redes para o Sporting, fartou-se de resolver jogos e garantiu a titularidade na selecção nacional. E jamais esquecerei aqueles últimos cinco segundos em Etihad.
Schaars foi o homem que esteve sempre lá. Uma vezes perfeito. Quase sempre bem. Em quatro ou cinco ocasiões desgastado e pouco focado. Aliando a personalidade à capacidade de jogar e fazer jogar, foi algumas vezes acusado de ser lento. Respeito, mas não concordo, até porque, a partir do momento em que Rinaudo se lesionou, as suas funções em campo começaram a mudar, sendo notória a sua ausência em zonas mais próximas da baliza adversária. Aliás, naquela fase de dez jogos que nos fizeram acreditar, ainda com Domingos, fez enorme diferença a forma como surgia a finalizar ou a assistir colegas, revelando-se um verdadeiro médio todo-o-terreno.
Outros prémios:
Prémio A Falta que Tu nos Fazes: Rinaudo estaria, provavelmente, a disputar o prémio com Patrício e com Schaars. Aliás, ninguém sabe o que teria acontecido sem aquela estúpida lesão naquele estúpido jogo, na Roménia. Um tremendo jogador e um tremendo reforço para a próxima temporada.
Prémio Saíste Melhor do que a Encomenda: O nome de Ínsua não era um nome desconhecido. Mas, apesar de tudo o que de bom sobre ele se dizia, nunca pensei que fosse assim tão bom. Ao fim de quase uma década, conseguimos tapar o buraco que Rui Jorge deixou e que Tello disfarçou. E gosto tanto de Ínsua que cheguei a pensar comprar uma camisola 46.
Prémio O Preferido da Bancada: Diego Capel, claro, para muitos o melhor jogador do ano. Com espaço é um verdadeiro tormento para os adversários e as suas arrancadas entusiasmam até o mais anémico dos adeptos. Conseguiu, rapidamente, estabelecer uma enorme empatia com o universo verde e branco, ficando na memória as suas lágrimas aquando da queda dos adeptos e na chegada de Bilbao. E, por razões desportivas, fica-me na memória a sua relevância naquele turbilhão que justificava termos despachado os bascos logo em Alvalade.
Prémio Avançado Fura Redes: Wolfswinkel. Até porque não houve outro. Já nem discuto se marcou muito, se marcou pouco (aliás, já disse o que pensava sobre ele). Foi o único que marcou algo que se visse. E dava um jeitão haver mais alguém a alimentar a estatística de bolas que beijaram as redes adversárias.
Prémio Joga Bonito: Carrillo, um puto vindo do Peru que parece misturar as capacidades de Quaresma e Nani. Disse-o e repito-o: para mim, Carrillo jogava sempre. É único neste plantel, aliando à técnica a velocidade, a capacidade de remate e a inteligência para cortar para dentro e surgir, na área, a tentar cabecear como segundo ponta. Pode perder a bola duas vezes, mas sei que à terceira vai levantar-me da cadeira. Que para o ano seja Carrillo e mais dez.
Prémio A Formação Ainda é o que Era: André Martins. Que grande, grande jogador! (e, já agora, grande entrevista que hoje é publicada)