Elias e Matías são compatíveis?
Domingos tem gerido com mestria os vários estados de alma do balneário. Basta recuar ao último jogo e recordar a entrega da braçadeira a Daniel Carriço, numa forma de motivar ainda mais um jogador que vinha de marcar no regresso à titularidade. E, a bem dessa gestão, Matías, motivado pelo bom jogo na Liga Europa, manteve a titularidade nos jogos da Liga, ocupando o lado direito do meio-campo a meias com Elias e com João Pereira. Ganhámos, é verdade, mas parece-me que ficamos sempre a perder. Matías será compatível com Elias num meio-campo onde ambos joguem no centro, mas a equipa e o próprio jogador ficam a perder quando o chileno é encostado à linha direita. O que Capel faz à esquerda, alguém terá que fazer à direita. Carrillo ou Jeffrén, com Pereirinha à espreita, são donos do lugar e ponto final.
Jeffrén
O cabrão do 7 voltou a afzer das suas pelas bandas de Alvalade. Agora que parecíamos estar a renovar o brilho dessa camisola através da recuperação de Bojinov, somos surpreendidos pelo calvário do número 17. E surpreendidos será um tanto ou quanto subjectivo, pois ao que parece os problemas musculares não são de agora. Estou-me a cagar se o rapaz precisa de acompanhamento psicológico, se tem uma formação muscular de atleta de velocidade, se isto se aquilo. Sei que o departamento médico não ficou lá muito bem na fotografia e que a equipa está a ser prejudicada pela ausência de um talento inegável. Há que resolver esta questão o mais depressa possível e, tanto por nós como por um jogador muito acima da média com apenas 23 anos, quando Jeffren voltar a jogar é para fazê-lo várias semanas seguidas.
Rodriguez
Mais um jogador com um historial de lesões que explica o porquê de passar mais tempo de fora do que a jogar. Domingos confia nele, por isso o trouxe de Braga, e é um jogador que, para além da experiência e de ser dos quatro centrais o mais talhado para jogar à esquerda, nos torna mais fortes no jogo aéreo. A novela das idas à selecção, onde as lesões parecem desaparecer por obra e graça dos espíritos de Machu Picchu, só servem para que os adeptos o olhem de lado e, cada vez mais, se questione a necessidade de, em Janeiro, trazer outro central (para mim isto nem se questionava. Era trazer um que pegasse de estaca ao lado do Onyewu).
Rinaudo
É vergonhosa a perseguição de que está a ser alvo. Os dois últimos amarelos só são aceitáveis à luz de uma campanha que visa deixá-lo de fora do derby, e deixam Domingos com uma dúvida por resolver: colocá-lo, ou não , frente ao Leiria? Eu confesso que o deixava de fora e até era capaz de experimentar colocar Elias ou Schaars a trinco, recuperando Matías para o meio. É que a teoria de que, vendo um amarelo, pode forçar o segundo e ser expulso (cumprindo o castigo contra o Braga, para a Taça) é muito bonita se pensarmos que vamos ter um jogo que permita ficarmos com menos um de propósito. Para além de que, à partida, será mais complicado receber o Braga do que o Leiria.