Rui, Marcelo, Cédric, Welder, Maurício, Eric, Jefferson, Rojo, Adrien, André Martins, Diego, Gerson, Fito, William, Carrillo, Wilson, Diogo, Slimani, Cissé, Fredy, Chaby, Luís Ribeiro, Nuno Reis, Rúben, Riquicho, King, Tobias, Fokobo, Mica, Esgaio, João Mário, Kikas, Zezinho, Alexandre, Iuri, Cristian, Betinho.
Vou contar-te uma história. É a história de um miúdo que, como tantos outros, sonhou ser jogador de futebol. Mas esse miúdo não queria ser, apenas, jogador de futebol. Queria ser jogador do Sporting. Cresceu colecionando recortes de jornal, posters, bilhetes de jogos… Cresceu com o coração acelerado, de cada vez que ia a Alvalade ver os craques a treinar.
Sempre que podia, quando ia para a rua jogar à bola com os amigos, ia equipado à Sporting. Tinha orgulho, muito, em encarar o mundo de leão ao peito. Andou ao soco por falarem mal do seu clube e zangou-se com amigos de outras cores. Os mesmos amigos que, quando fazia anos, obrigava a cantar os parabéns olhando para um bolo onde bonecos verde e brancos festejavam golos.
Quando eram mesmo a sério, esses golos eram gravados nas míticas k7. E quando os vídeos apareceram, passou a gravar os resumos do domingo desportivo. No cimento, no alcatrão ou nos pelados, tentava imitar o que os seus ídolos faziam na relva. Repetia, uma e outra vez, sonhando fazê-lo com a mais bela camisola do mundo. Lá para os 14 anos, ao fim de várias tentativas, conseguiu convencer os pais a deixarem-no ir a um treino de captação. Entrou pela porta 10-A, a mesma por onde passavam os profissionais. O coração batia mais depressa do que se tivesse feito um sprint de área a área. E jamais se esqueceu do som que os pítons das chuteiras faziam ao longo do corredor.
À medida que ia crescendo, o miúdo foi percebendo que seria complicado concretizar o sonho. Mas isso não o impediu de continuar a sonhar. Muito menos de ser miúdo, quando se trata de pensar em futebol. Quando se trata de pensar no Sporting. Ainda hoje, homem feito, o miúdo sonha marcar golos decisivos que conquistam o mundo. Sonha fazer, cortes de bicicleta, sobre a linha. Sonha aguentar estoicamente uma lesão e trocar a dor por um remate inacreditável. Sonha ver o seu guarda-redes ser expulso e, a poucos minutos do final, assumir a baliza e fazer uma defesa impossível.
Agora que uma nova época começa, é esse miúdo que te pede para não maltratares o seu sonho! Que te pede para, quando vestires a camisola do Sporting, te lembrares que estás a vestir muito mais do que uma camisola. Estás a vestir mais de um século de história feita se suor e de lágrimas, de sorrisos e de abraços, de esforço e dedicação, de devoção e de glória! Estás a vestir o sonho de milhões de miúdos e de miúdas, sem idade, que, se pudessem, pisariam essa relva prontos a lutar e a correr até deixarem de sentir as pernas! Estás a vestir a camisola do Sporting, caralho!
E, acredita, se sentires o mesmo orgulho que eu sinto quando visto a minha, vais sentir algo único: quando correres no relvado de Alvalade, gritando um golo de Leão ao peito, vais ter a sensação que há demasiada gente em campo. Como que por magia, milhares e milhares de miúdos e de miúdas terão transformado o fosso numa histórica pista de atletismo e, de lágrimas de felicidade nos olhos, correm a teu lado agradecendo-te quereres fazer parte de um sonho que jamais terá fim. »