
“Para nós o ideal é ter 24 jogadores: 21 jogadores de campo mais três guarda-redes. Oito defesas, oito médios e cinco avançados. Se conseguirmos ter esses 24 jogadores, melhor. Se ficarmos só com 23 não há problema, fico satisfeito na mesma“, Paulo Bento, no final do jogo de preparação frente ao Atl. do Cacém.
As palavras do “mister” confirmam dois factos:
– estamos no mercado à procura de um avançado;
– o Paulo Bento é um porreiro e percebe melhor do que ninguém a constante crise financeira em que o Sporting parece viver;
Partamos, então, do pressuposto que não há dinheiro para trazer quem quer que seja.
Será que não faz sentido integrar Wilson Eduardo e Diogo Rosado na equipa principal?
Wilson é um avançado que quem acompanha as camadas jovens já apelidou de “Liedson dos júniores”, pela quantidade de golos que marca e o verdadeiro pânico em que deixa as defesas adversárias. No entanto, as características de Wilson Eduardo são bastante diferentes, talvez mais aproximadas das de Yannick, só que W mostra-se um pouco mais inteligente que Y. Não podemos esperar um jogador de área, antes um avançado talhado para jogar entre o central e o lateral impedindo, desde logo, que estes últimos se aventurem muito. Porquê? Porque Wilson Eduardo é bastante rápido e mostra uma característica que, quanto a mim, só encontramos em Vuk e Izmailov: diagonais capazes de desequilibrar.
Diogo Rosado, o 10 dos júniores, é craque. Não sei se será o “novo Pedro Barbosa”, se será melhor; sei que tem capacidade para fazer parte da nossa equipa principal. Médio ofensivo, talhado para jogar atrás do(s) avançado(s), Diogo Rosado estendeu o seu raio de acção ao lado direito do meio-campo, posição onde jogou praticamente toda esta última época. Visão de jogo acima da média, toque de bola que não engana, grande capacidade de passe, remate fácil e cerca de 1,85 de altura, características que, penso eu, justificam a entrada directa no nosso plantel, para além de dar-nos mais uma opção de um jogador para as alas (eu sei, eu sei, o Moutinho vai voltar a jogar como interior).
E se tivesse que escolher apenas um? Diogo Rosado, permitindo assumir de vez Vukcevic como parceiro de Liedson. Mas confesso que gostava de ver os dois na equipa principal, em vez de vê-los rumar ao Leiria ou ao Real Massamá…
p.s. – duas notas sobre o jogo/treino contra o Atl. do Cacém: foi agradável ver o André Marques de volta e ficar no ar a ideia de que o rapaz marca bem livres; fez-me sorrir a “vírgula” com que o Matias Fernandez brindou a assistência, no terceiro golo. Estou ansioso por vê-lo fazer o mesmo ao Luisão ou ao Bruno Alves.