«Que fique bem claro que nunca quis sair do Sporting, mas como sportinguista tive de o fazer». As palavras de Miguel Lopes soam bem aos meus ouvidos e encaixam, na perfeição, numa conversa que tive esta tarde.
Enquanto adeptos, obviamente que desejamos ver chegar jogadores que nos entusiasmem e que nos façam acreditar em algo. Também enquanto adeptos, pelos menos a maioria, fomos capazes de perceber que o recuperação financeira do Sporting implica uma verdadeira ginástica negocial e uma aposta em jogadores que, à partida, não se perfilam como capazes de fazer vender centenas de camisolas com o seu nome. Mas enquanto nós ansiamos por ver o plantel bem composto, há quem junte a essa tarefa uma outra não menos complicada: pegar numa vassoura, para limpar a herança deixada por uma direcção que usou, ao desbarato, todos os cheques.
A entrada de “Monteros” ou a renovação com “Brumas”, já de si complicadas, tornam-se ainda mais complicada perante um quadro em que, terminados os empréstimos, jogadores como Pranjic, Bojinov e Onyewu, voltam a ter os seus milionários ordenados pagos pelo Sporting. Perante um quadro em que Boulahrouz ou Jeffren representam um impensável peso na folha salarial (Labyad parece-me um caso bem diferente, face ao que acredito que pode render). E, nesse quadro, a venda do inacreditável Gelson, primeiro, e o empréstimo de Miguel Lopes, agora, representam dois momentos de grande importância recordando-nos que o arrumar da casa vai muito além do simples contratar.