Continua tudo no segredo dos deuses motivando, até, um comunicado à CMVM negando qualquer pré-acordo ou negociação com treinadores. Mas, por esta altura, e mesmo com o fantasma de mais uma “enrabadela a la fêcêpê”, poucos duvidarão que Domingos será o próximo treinador do Sporting.
Eu não gosto do Domingos enquanto Domingos que me traz más memórias. Memórias de jogos perdidos com um “Porto à descoberta da fruta”, com quatro centrais e outros tantos trincos a defenderem uma merda de um golo marcado cedo (ou à espera de um, caído do céu, já tarde). Memórias de um avançado fiteiro “comamerda”, encaixando que nem uma luva no estilo de jogador azul e branco.
Mas sou capaz de gostar do Domingos enquanto Domingos treinador. É verdade que o Braga aposta muito no contra-golpe. Que, quando joga em Alvalade, na Luz ou no Dragão, costuma oferecer a iniciativa de jogo, mesmo que essa oferta seja, efectivamente, estratégica, de forma a permitir aos jogadores bracarenses fazerem algo que tão bem sabem fazer: diminuir os espaços aos adversários. Mas também é indesmentível que o treinador Domingos chegará ao Sporting com provas dadas. E, por muito que preferisse um treinador estrangeiro, é claro que olho para Domingos com certezas que nem Peseiro, nem Paulo Bento, nem Carvalhal, nem Paulo Sérgio me transmitiam.
Se ganhar a Liga Europa, entrará em Alvalade rodeado de perigosa euforia (conheço Sportinguistas que repetem que o homem ganhou sempre ao Jesus, nos jogos em casa), que poderá ser elevada no caso das nossas contratações irem além de uma qualquer “Bôbagem”. E, também por isso, será fundamental que a estrutura que o recebe lhe permita fazer o seu trabalho: treinar. Mesmo que o rapaz até mostre alguma apetência para troca de galhardetes em conferências de imprensa.