“É possível que este [4-2-3-1] seja o melhor esquema. Mas não é por termos utilizado outros esquemas que não vencemos, até porque já ganhámos nos mais diversos sistemas. Acredito que este seja o que melhor se adequa às características dos nossos jogadores, mas nem sempre temos tido todos os jogadores disponíveis“.
Mais coisa, menos coisa, foi esta a constatação de Paulo Sérgio, no final do jogo de ontem. Não querendo ser pessimista, diria que vale mais tarde do que nunca ou, se preferirem, vale mais levar meia época para perceber em que esquema deve jogar, do que fazer uma época inteira sem conseguir entendê-lo.
Mas, um pouco mais a sério, não posso deixar de constatar o seguinte:
– não podemos jogar com um meio campo com Mendes, Maniche e André Santos, a não ser que o objectivo seja emperrar o adversário, como fizemos contra o Porto;
– jogar com esse meio-campo, obriga, também, a desviar Valdés para uma das alas. Ora, porra, só não vê quem não quer que o chileno rende tanto nas alas como uma mão cheia de nada;
– goste-se ou não, o Liedson é o melhor avançado da equipa e, mesmo não marcando, tem-se revelado fundamental nas movimentações atacantes e no início do processo defensivo em pressão alta (o grande jogo de sentido táctico e colectivo frente ao Porto é bom exemplo disso mesmo);
– Liedson e Postiga não cabem na mesma equipa, a não ser que tenhas tomates para jogar apenas com um médio defensivo e Valdés a 10 (algures entre o 4-4-2 e o 4-1-3-2). E nem vale a pena eu dizer qual deles prefiro ver em campo (e colocar o Postiga a fechar uma ala, como contra o Porto, é assustador);
– Quando pensares em reforços de Inverno, deixa lá essa história do pinheiro, até porque a árvore desmancha-se no dia de Reis. A não ser que consigam descobrir um novo Matin Palermo, ou coisa do género, foca-te nas alas, sff. Extremos, meu caro Paulo, extremos são o que nós precisamos. Não só para não ter que levar com o João Pereira na posição que fez com que ninguém desse nada por ele (sim, sim, ontem fez um bom jogo), mas porque está visto que basta ter dois rapazes rápidos nas alas para o nosso futebol melhorar um bocadinho.
p.s. – o jogo de ontem serviu, também, para constatar que é realmente triste ter perdido tantos pontos (e sido eliminado da Taça) contra equipas tão merdosas. Tão merdosas como aquelas duas que também nos ganharam, na Liga Europa. Pensem nisso…