Não Há Estrelas No Céu – Sporting

 

O Sporting dos Dirigentes. O Sporting do treinador. O Sporting dos jogadores. O Sporting, sim, por tudo isto e muito mais. Mas nunca o Sporting dos adeptos. Esse NÃO.

Onde e como terminará a nossa propensão para o suicídio colectivo?

Dirigentes inoportunos? Calam quando devem, falam quando devem calar o bico?

Um Director Desportivo que sofre de timidez aguda?

Um Treinador “Todo Poderoso” que faz a comunicação externa do clube? 

Um Treinador que arrasa um jogador numa conferência de imprensa?

Um Treinador que nos brinda semana após semana com um futebolzinho que ele considera satisfatório?

Um Treinador feudal em guerra com meio plantel?

Um Treinador casmurro que comete a façanha de retirar quase todos os jogadores da sua posição natural?

Uma Equipa dedicada a aviar charutos durante 90 minutos e bater em tudo o que mexe como forma de impedir o adversário de chegar à baliza ao mais puro estilo do melhor Boavista do Jaime Pacheco?

Jogadores representados por empresários que exigem por decreto serem eles a escolher o onze?

Jogadores que mirram em vez de crescer futebolisticamente de época para época?

A autofagia está servida, meus senhores.

 

P.S. – Podia ser o Jorge Jesus a figura da semana. Mas isso é óbvio demais. Não o disse ele mas garanto eu. Com este plantel, dava 10 pontos de avanço e o campeonato acabava na primeira volta.

Não Há Estrelas no Céu – Paulo Bento

 

É a figura da semana porque no espaço de 8 dias delapidou parte do crédito que ainda lhe restava. Como o camarada Douglas disse antes do início do campeonato, o Sporting tinha que ser líder à quinta jornada. Não é. E, pior, não dá indicações que possa ser no futuro.

Isto, porque o Bento é teimoso e casmurro que nem uma mula.

E isso acontece porque:

Táctica Obtusa: Ao insistir no famigerado losango, dá alas aos adversários que o conhecem de memória. Falta o treino de um sistema alternativo. E perceber que os grandes treinadores se adaptam aos plantéis e não o contrário. A não ser os génios, claro.

Por isso, Moutinho e Roca no meio como manda a lei. Vukcevic e Izmailov nas faixas, e Liedson com o avançado que estiver melhor.

Jogadores Deprimidos: Jogar na primeira equipa deve ser motivo de orgulho e satisfação. Pelo que se vê, os jogadores poderiam trabalhar numa repartição de finanças. Sempre preocupados com os erros e as basculações.

Abordagem Equívoca: Nos jogos grandes, sempre à procura de não errar. Ironicamente, é sempre isso que acontece. O Grimi falha, o Polga faz falta, o Patrício não se posiciona.

Equipa Reactiva: O Sporting não assume o jogo. Nos jogos grandes, sobretudo, reage em função do resultado. Muda o sistema, troca jogadores. Maior exemplo, lampiões (5-3). Não acontece sempre. À entrada para a quarta temporada, lembro-me de dois grandes jogos contra rivais directos. Benfica na luz (1-3) e Porto (0-1). Exibições seguras, ideias claras e resultados bons. De lá para cá, uma série de erros e má leitura de jogos. Assim, de repente, Luz e Alvalade este ano, Luz quando o Miccoli empatou um jogo que podia dar o titulo, Alvalade contra os Lampiões no ano passado e alvalade contra o Glasgow Rangers. Sempre a jogar ao sabor do adversário.

Jogadores Estagnados: Alguém consegue jurar que o Moutinho é melhor jogador do que quando apareceu? É estranho. Tem potencial mas não evolui. Miguel Veloso, por diferentes motivos. Só Polga e Tonel parecem melhores e isso é sintomático.

Sistema Inimigo: Raul Meireles é titular da Selecção à frente de Moutinho. E com justiça. Não pela qualidade inata. Mas porque Jesualdo não inventa. Para o Bento, a principal qualidade do João é a polivalência. Não pode ser que o melhor atributo seja o principal motivo da mediania do jogador. O Moutinho tem que se fixar numa posição para evoluir como jogador. Assim, é apenas um bom jogador.

Golpes de Génio: Não tem nem nunca teve. Não consegue tirar um coelho da cartola que nos cale a todos.

Liderança Feudal: Comporta-se como Chefe de secção de uma fábrica de parafusos. Só consegue respeitar os jogadores que se comportem como verdadeiros soldados dispostos a morrer pelas suas causas. Incapaz de conciliar personalidades diferentes como o Vukcevic.

Passos Seguintes: É o que falta. Foi porreiro este período do Sporting com o Paulo. Importante, porque sem recursos, fomos ganhando umas taças sem necessidade obrigatória de uma travessia no deserto. Mas agora falta qualquer coisa. Um treinador diferente, estrangeiro, de reputação inatacável (não um Boloni). Mais na linha de um Robson, diria.

 

P.S. – Antes de choverem os impropérios, acrescento que não proponho uma revolução, nem lenços brancos. Sou sócio do Sporting com as quotas pagas há quase 20 anos. Não assobio nem nunca o fiz. Nem acho que a solução passe pela demissão do PB. Confesso que até me custa. Porque gosto daquele ar taberneiro de bairro popular que ele tem. E, pior, acho que ele poderá ser melhor treinador noutro clube. Temo que no Porto.

 

 

 

 

 

 

Não Há Estrelas no Céu! – Simon Vukcevic

 

Ele estava mesmo a pedi-las. Infelizmente, o Incrível Vuk, chega aqui pela piores razões.

Confortavelmente na liderança e a uns dias de viajarmos à Luz, o Simon passou-se da marmita.

No entanto, nesta história toda há duas questões sobre as quais me detenho:

  1. A falta de habilidade que o Paulo Bento demonstra para lidar com super-egos.

Antes de começarem a chover os insultos, pensem comigo. Isto não é também o que distingue treinadores de excelência dos treinadores apenas bons? O Paulo Bento, tem um livro de estilo desenhado a régua e esquadro. Na maior parte das vezes funciona. Mas como em tudo, existem honrosas excepções. É bom que existam regras e leis num balneário. Mas, por outro lado, se o futebol fosse feito de robots, tudo isto seria uma grande seca. O comportamento do Vuk fora de campo assemelha-se um pouco ao que ele tem dentro dele. Um jogador egoísta, anárquico e um pouco louco. E não é isso que nós tanto aprecíavamos nele. As sapatadas que o gajo dava naquela mesa de matraquilhos que era o futebol do Sporting na época passada. O cabrão chegou a marcar 14 golos (em todas as competições), é preciso não esquecer isso. A atitude dele no fim do jogo contra o Belém, revela falta de maturidade, respeito e é inaceitável. Mas, para mim, é igualmente grave, o Paulo Bento não revelar argumentos para envolver estes tipo de jogadores que se recusam a comportar como meros operários. Pensem no Mourinho. Já treinou grandes estrelas e gajos com uma bolha ainda maior do que a do Vukcevic. Mas não se ouve ninguém queixar. Isso também é um dom.

2 .      A precariedade dos contratos de trabalho no futebol. 

Por muito que se diga, e apregoem o contrário por aí, é o Sporting que está nas mãos do Vukcevic e do empresário dele. Neste momento, são os clubes que se curvam perante os jogadores. Se o Vukcevic decide que se vai embora em Dezembro, acreditem que vai mesmo. Porque quando não há diálogo possível, só resta esse caminho ao clube. Ainda está para nascer a administração ou dono de um clube que obrigue um jogador a cumprir na íntegra um contrato de trabalho, recorrendo, se necessário for, a um castigo exemplar que o impeça de jogar mais na equipa.

Não Há Estrelas no Céu! – Lazlo Boloni

 

Na semana em que o mercado de transferências acaba de fechar, penso em Boloni. Candidato óbvio pelo aspecto, truculência verbal e indumentária fora de moda, o último campeão pelo Sporting chega a estrela da semana por razões distintas.

Ao ver Quaresma partir lembro-me imediatamente no romeno excêntrico mas de bom coração. Vendido ao Inter por uma verba a rondar os 30 milhões de euros no total, o “Mustang” começou na Academia pela mão de Lazlo. Depois foi vendido ao Barça por 6 milhões, vendido de novo ao Porto por uma valor próximo dos 8 milhões e agora rumo a Milão. O “Ciganito” é o expoente máximo da visão bizarra de Boloni.

A equipa jogava mal, e provavelmente, sem Jardel não haveria título mas o “Caixa de Óculos” provou ao longo dos anos ser uma verdadeira caixa registradora.

Outro exemplo ainda mais espectacular: Danny. Chega ao Sporting pela mão de Boloni. Rende 30 milhões ao Dínamo Moscovo na transferência mais surpreendeente do defeso, mais o que já tinha dado a ganhar ao Sporting há 4 anos.

Outro: Pepe, o cabeça de melão do Realíssimo. Vendido pelo Porto por 30 milhões de euros. Pois é, também jogou no Sporting por insistência do romeno louco.

E, finalmente, Hugo Viana, um dos maiores barretes da história do futebol. A Cereja em cima do bolo. O melhor negócio de sempre feito pelo Sporting.

E a quem deve o clube agradecer. Boloni, pois claro. O único capaz de o descobrir, dar-lhe tempo e confiança para render posteriormente 15 milhões de euros.

Assim por alto, estamos a falar de quanto? 120 milhões de Euros. É demagogia? Até pode ser, admito. Mas ninguém poderá negar que todos estes negócios têm um denominador comum. Lazlo Boloni. Esse treinador bizarro de pronúncia gaulesa que dizia ter saudades da filha que estudava em França, e que um dia dia em pleno flash interview, depois de ganhar 5-0 ao Vitória de Guimarães,  não gostando da pergunta do Jornalista lhe disse “Qu’est-ce que tu veux? What do You want?”, encostando ligeiramente aqueles horríveis óculos na cara do pobre repórter.

Não Há Estrelas no Céu

Estrela da Semana – Nós

 

Nascidos, criados e aculturados no seio da família sportinguista. Em especial, os milhares que comungam quinzenalmente na paróquia de Alvalade. Nós os que deixamos bem claro a atitude e o espírito que nos acompanhará durante a nova época. Porque há coisas que nunca mudam. E uma hora de jogo bastou, para para que a massa verde e branca mostrasse a raça e as garras do leão. Primeiro erro grosseiro de um árbitro em Alvalade e a postura de sempre. Vaia monumental a acompanhar o penalty e consequente  perseguição ao árbitro ao mais estilo PIDE  durante o resto do jogo. Desde o clássico, “boi preto” ou “ladrão” até ao muito acarinhado “gatuno” ouvimos de tudo um pouco. Palavras várias mas sempre com o registo e a marca da casa. Dedos na boca para assobiar ou em riste conforme a situação e o gosto pessoal. Porque há uma questão cultural que não pode ser esquecida. E de pais para filhos a herança de criticar o árbitro deve ser transmitida desde nascença. Para quem lá estava, e para quem viu de fora, a mensagem passou. Não perdoaremos erros dos árbitros. Nem penalties inventados. Só a nosso favor. E fazemos questão de o demonstrar logo a abrir. Na jornada inaugural para que ninguém se esqueça disso mesmo.  Que o Sporting somos nós. Porque nós, em Alvalade, levantamos a voz para que não suceda o mesmo que aos outros 6 milhões que um dia foram roubados e não gostaram da ideia. Nós nunca gostamos. Desde o princípio ao fim!

Lembrem-se disto, seus GATUNOS!