Às voltas com as voltas que isto dá

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O regresso de Nani pode representar um dos melhores reforços da história recente do clube. Da equipa também, claro, mas sobretudo do clube. Basta que este regresso seja cumprido com o maior profissionalismo possível. Nem lhe peço poemas de amor ao clube. Só profissionalismo. Porque bem necessitados andamos de bons exemplos na ligação entre o que somos e o que formamos. Ao aceitar regressar, ainda que temporariamente, Nani arrisca fazer pelo futuro do Sporting muito mais do que aquilo que imagina.

Agora é ver se a malta não se esquece de desatar a assobiá-lo, como quando ele tinha 18 anos e falhava um drible…

Será apenas culpa de Abel?

Sabemos que existe muito talento na equipa B. E queremos que esse mesmo talento tenha expressão em campo.
A verdade é que, nestes primeiros oito jogos, a equipa tem mostrado uma tremenda irregularidade de resultados e de exibições, com as flutuações a terem lugar no decorrer dos próprios jogos (em Faro, por exemplo, podíamos ter chegado ao intervalo a vencer por dois ou três, depois a equipa desapareceu; ontem, frente ao Moreirense, mais um bela primeira parte e um eclipese na segunda). Olhando para a qualidade de grande parte do jogadores as exibições sabem, efectivamente, a pouco. E há vários dedos que se movem, apontando na direcção de Abel, o treinador.
É verdade que o futebol que vimos os júniores praticarem, com este mesmo treinador, com belíssimas exibições na next gen, por exemplo, não tem aparecido no Sporting B, mas… será apenas culpa de Abel?

Dois dias depois de chamarem “craque low cost” ao William

capabolaDois dias depois de chamarem “craque low cost” ao William, os senhores que gerem a linha editorial do jornal A Bola lembram-se que, sem Sporting, esta selecção estaria ao nível de uma Estónia (ok, pronto, de uma Finlândia). Não sei se terá sido pelo facto de, ontem, os sub-21 terem recordado isso a toda a gente. E do “craque low cost” ter metido o jogo no bolso e sido o monstro que já nos habituou. Ainda assim, e pese a hipocrisia que norteia estas capas. não posso deixar de salientar algo que, constantemente, aqui defendemos e que, só por si, deveria justificar mais respeito no tratamento que é dado ao Sporting.

p.s. – também gostei muito da lógica do Paulo Bento. Justifica a não chamada do Adrien porque este tem jogado a oito no Sporting e o Meireles era uma solução para jogar a seis. Assim sendo, nada melhor do que colocar um oito, o tal do Micael, no lugar do lesionado barbudo.

O monstro

William Carvalho foi eleito o melhor jogador jovem dos meses de agosto e setembro, pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF). William obteve 31 por cento dos votos, superando Diogo Viana (Gil Vicente), com 23,7%, e outros três Leões, André Martins (19,1), Wilson Eduardo (13,2) e Cédric (12,7).
Esta distinção surge na sequência de um enorme jogo, frente ao Vitória de Setúbal, onde para além de recuperar várias bolas e sair a jogar com toda a calma do mundo (imagem de marca neste arranque de campeonato), deixou alguns apontamentos técnicos de elevada nota artística, mostrando que, efectivamente, ainda há muito potencial a ser descoberto e trabalhado (tal como existem vários pormenores tácticos onde William irá evoluir). A verdade é que William é uma das figuras deste campeonato e caso equipasse de outras cores já teria sido comparado a Patrick Vieira (ou coisa do género) e colocado na órbita de clubes loucos por gastarem milhões na sua contratação. Felizmente, é jogador do Sporting (vamos lá ver se será possível recuperar os 40% do passe desbaratados para pagar as célebres contas da luz e da água), que soube esperar pela sua entrada no futebol sénior e recuperá-lo quando se mostrou pronto para a guerra. Ter feito esquecer Rinaudo, tantas vezes alma da equipa, jogador com ligação aos adeptos e cuja lesão, no tempo de Domingos, foi uma machadada no que a equipa vinha fazendo, é outro «pormaior» a favor deste monstro que, a cada semana, cresce no centro do terreno com a verde e branca vestida.

William-Carvalho

Longe vão os tempos das piadas lampiãs, no facebook

«Não estava à espera que isto acontecesse. Confesso que não acreditava no que me estava a acontecer e ainda hoje não estou bem em mim [estreia e golo, frente à Fiorentina]. A minha estreia na equipa principal, em Alvalade, foi uma sensação inexplicável e ter marcado um golo deixou-me nas nuvens. Foi uma sensação fantástica e admito que a minha estreia superou todas as expectativas e sonhos. O Sporting é o clube onde quero estar por muito tempo», Ruben Semedo

Sem o dedo de Baldé

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“Valdu, produto da formação do Sporting Clube da Guiné-Bissau, está a caminho do Sporting Clube de Portugal para ser observado na equipa de juniores. Atenção que este menino ainda tem idade juvenil [júnior, em Portugal]. Tomem nota do nome deste menino pois vai fazer furor! Boa sorte!”, by Sporting Clube de Bissau.

Começa a fazer sentido a colocação de Paulo Torres como treinador do Sporting Clube de Bissau. A ver vamos o que vale este ponta de lança de 16 anos e 1,88 de altura.

Já que vai ser um dos assuntos do dia…

… vale mais despachá-lo logo de manhã.
Diz que o Sambú e o Cassamá decidiram tentar ter uma carreira como o Castro e o Ivanildo.
Diz que o Diogo Viana encolheu os ombros.
Diz que o Baldé disse adeus à casa onde dava de comer aos gaiatos que traz da Guiné.
Diz que o copo continua meio cheio. E que sábado estou em Alvalade.

E o domingo que não chega…

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Todos os anos, a mesma fé. Nova época, novos protagonistas, novos sonhos. Aquele desejo de, semanalmente, gritar golo a plenos pulmões. Aquele desejo de sorrir ao ver as capas dos jornais. Aquela coisa de puto, de saltitar de uns noticiários para outros para poder ver, uma e outra vez, os resumos. A esperança de encontrar na net vídeos onde os relatos da rádio, associados às imagens, nos fazem reviver tudo novamente. Aquela vontade de ter sempre o cachecol à mão. E de vestir a verde e branca para ir à bola, mesmo que esse ir à bola tenha que ser através de uma transmissão televisiva. Aquele acreditar que vamos ter uma equipa capaz de ampliar o nosso orgulho de ser do Sporting.

Esta equipa voltou a fazer-me sentir tudo isto e mais qualquer coisa. Quando um jogo termina, o meu coração já acelera a pensar no próximo. E o raio do domingo que nunca mais chega…