O Bloco de Notas do Gabriel Alves – jornada 21

Sobre o Porto, já todos sabemos o que há a dizer e, infelizmente, está bem fresco na memória o resultado da Taça de Portugal. O que se pode pedir, em primeiro lugar, ao treinador do Sporting, é que não volte a cometer os mesmos erros, nomeadamente o entrar a medo no jogo e o levar golos nos dois tipos de jogadas mais vezes repetidas pelos azuis e brancos: bola para Varela, Varela insiste em direcção à linha e centra rasteiro para a entrada de Falcão ou de um dos médios; bola para Varela, Micael apoia, puxando um dos centrais, Varela puxa o lateral e Micael centra para o segundo poste onde, regra geral, aparece Falcão. Ah, já para não falar das bolas paradas, onde temos dado constantes “casas” frente ao FCP.

Dito isto, caro Carvalhal, tens toda a razão quando disseste que “temos de jogar nos limites, tal como fizemos frente ao Everton. No limite da concentração e da disponibilidade física”, mas é igualmente bom que não te esqueças que temos que mostrar quem manda em Alvalade e, já agora, aproveitar a ausência de Fernando na posição seis, a qual nem Meireles nem Tomás Costa conseguem ocupar com a mesma eficiência. Não sei que equipa estarás a planear para esta noite, mas era interessante se o João Pereira ocupasse o lugar do Abel, o Veloso o do Grimi, o Moutinho o do Veloso e o Matias o do Moutinho.

Resta-me dizer-te que acredito que vamos fazer um bom jogo e que vamos ganhar. 1-0, com golo do Liedson. Se tudo correr bem, apesar da chuva, com mais 10 mil pessoas em Alvalade do que na passada quinta-feira.

No bom caminho

Diz o jornal O Jogo, que estas serão as sete “medidas do Ministro”

1 Incutir mentalidade vencedora

“Daqui para a frente, ‘ganhar’ será a palavra principal”

2 Construir uma equipa forte

“Vamos preparar-nos para sermos campeões já no próximo ano”

3 Blindar o balneário

“O Sporting vai ter mais rigor, vai passar a dar a informação que quer. Terá uma voz”

4 Fortalecer carácter dos jogadores e amor pelo clube

“O Sporting é grande. Os jogadores devem chegar e sentir que é aqui que querem ficar, não pode ser trampolim”

5 Aumentar a dinâmica de trabalho

“Vou vestir o fato-macaco”

6 Maior secretismo na gestão

“O clube será gerido entre quatro paredes por poucas pessoas”

7 Reconquistar o apoio dos adeptos

“Lembro-me de quando não conseguia bilhetes para o Gil Vicente. Quero essa força”

Sim, Sr. Ministro

É uma nova etapa da minha carreira, que espero que seja fabulosa. Sempre ambicionei, um dia, servir o meu clube, não se proporcionou como jogador mas aconteceu agora como diretor de futebol […] O Sporting é um clube centenário, possui uma história muito rica, embora desde 1958 só tenha conquistado oito campeonatos. É um clube que formou grandes jogadores, que tem uma massa associativa fantástica e merece voltar a ganhar. Não é voltar a ganhar daqui a quatro ou cinco anos. É voltar a ganhar o mais rapidamente possível e, para isso, é preciso voltarmos a ganhar em conjunto, trabalharmos a uma só voz, com rigor e gostarmos de trabalhar […] O treinador? O futuro do Sporting passa pelo presente e o presente é Carlos Carvalhal. No futuro logo se vê“, Costinha.

A propósito, a vinda do “ministro” Costinha já começou a provocar os primeiros rumores no que toca à nova equipa técnica.  Villas-Boas, Scolari e Jorge Costa são os três nomes na “casa de apostas”.

14 HERÓIS

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GRANDE SPORTING,com um salvador Patrício, um diligente Abel, um regular Tonel, um grande Carriço, um surpreendente Grimi, um excelente Pedro Mendes, um genial Izmailov, um decisivo Veloso, um fantástico Moutinho, um desequilibrador Djaló Yannick, um incansável Liedson, um iluminado Saleiro, um mágico Fernandez e um competente Carvalhal…

…14 heróis! Não por terem ganho ao Everton por 3-0 e apurado o clube para os oitavos da Copa Europa. Mas porque devolveram o clube aos adeptos. E isso é uma façanha hercúlea, épica, dado o actual contexto leonino.  

SPORTING!

O Bloco de Notas do Gabriel Alves – Liga Europa, 16 avos de final, 2ª mão

É um estádio bonito, novo… arejado
Sporting – Everton
25 Fevereiro 2010, 20h05, Estádio José Alvalade

Uma humidade relativa, muito superior a 100%
A última grande noite europeia à chuva de que tenho memória, é aquela bonita vitória sobre o Celtic, por 2-0. Hoje ninguém terá que ficar sentado na escada, como eu fiquei, mas espero que quem for ao Estádio saiba dar a este jogo a real importância que ele tem (e não com aquela teoria do Carvalhal de que há vida para lá deste jogo).

A selecção do Mali tem um futebol com perfume selvagem e com um odor realmente fresco…
À semelhança do jogo da primeira mão, o Everton, que chega moralizado por uma vitória, 3-1, frente ao Man United, deverá entrar em campo num 4-2-3-1, com Howard na baliza, Neville, Yobo, Senderos e Baines na defesa, Arteta e Osman como médios centro, Donovan na ala direita, Pienaar à esquerda e Cahill solto atrás de Saha.

Este homem é um Mister
David Moyes, ainda está lixado por ter sofrido aquele golo no jogo da primeira-mão, mas quer repetir a vitória alcançada frente ao Man United.

Ele é excelente nestes lances porque a bola está morta e passa a estar viva
Foi claramente o jogador mais complicado para nós no jogo da primeira-mão: o médio Osman. Impedir que ele embale de trás, passando um, dois, três, quatro jogadores, será meio caminho andado para as coisas correrem bem.

 A vantagem de ter duas pernas!
O jogo de Liverpool confirmou as dificuldades da defesa do Everton em lidar com futebol rente à relva, pelas laterais, principalmente se esses movimentos incluirem a entrada de alguém em diagonal, entre o lateral e o central inglês. Se tivermos capacidade de entrar por aí, em futebol apoiado, causaremos muitos problemas.

E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha
Carlos, depois da conferência de imprensa medonha de ontem, peço-te apenas uma coisa: lembra-te que já não está no Marítimo ou no raio que te parta. Deixa-te de merdas com as subtituções, põe o Vuk em campo e diz aos jogadores para ganharem, foda-se! Sim, este jogo é decisivo e, para ti, não há decididamente vida para além desta eliminatória.

Vamos jogar no Totobola
Sporting – Everton  1

Cantinho Zandinga
Sporting – Everton  2-0  (Izmailov 14′; Liedson 63′)

Azul

Dizem que o céu azul nos deixa mais bem dispostos.
Eu digo que o Verão Azul foi uma série do caraças.
E também digo que a minha paixão cega pelo Sporting me faz acreditar que os próximos dois jogos, contra equipas azuis, são ideais para dar uma cor diferente ao tom de chumbo que caracteriza esta época.

p.s. – aqueles senhores que, contra o Benfica, abandoram o estádio após o segundo golo lampião, façam o favor de ficar em casa.

Vai um Pongolle por um Izmailov?

“O processo que visa a transferência de Marat Izmailov do Sporting para o Lokomotiv de Moscovo pode sofrer um revés. Ao que A BOLA apurou, o jogador continua muito indeciso em aceitar a proposta do clube moscovita, na ordem dos 2 milhões de euros por ano, e que estará mesmo muito inclinado em permanecer em Alvalade.
No entanto, o internacional russo apenas vai tomar uma decisão após o jogo com o Everton, na próxima quinta-feira, pelo que o processo está agora parado.
Nesta fase, Sporting e Lokomotiv têm tudo praticamente acertado, sendo que os leões, caso o negócio avance, podem encaixar uma verba na ordem dos 7 milhões de euros.”

Entendo muitas coisas com naturalidade. Há coisas já não engulo tão bem. E depois há este tipo de coisas que me deixam perplexo. A história da possível venda do Izmailov é atroz. Como é lógico, comento baseado nas informações que os jornais espirram e não sou conhecedor de toda a realidade mas tudo isto me parece um perfeito disparate. O jogador nem sequer está muito interessado em ir, já demonstoru na primeira tentativa de venda que até gosta do Sporting, e mesmo sem pensar nisso acabou por dar um exemplo para dentro de um clube cheio de crianças mercenárias que sonham em pirar-se todos os dias. E nós o que fazemos?

Pois então. Forçamos a sua venda. Prescindimos do melhor jogador da equipa que nos alimentou a ideia de podermos ressuscitar no período das 7 vitoriazinhas. E mais. Como somos todos uns tipos muito espertos e hábeis negociadores damo-nos ao luxo de forçar o clube comprador a esperar pelo jogo do Everton. Como é lógico, não é? Porque mesmo que o Izmailov jogue e o Sporting cometa a loucura de eliminar os ingleses sabemos todos que teremos muito mais possibilidades de sucesso na ronda seguinte sem o russo. Por isso, é tão mas tão importante que ele espere e jogue só mais um joguinho. Finalmente, porquê? Pois, segundo os nossos jornais, parece que o nosso clube tem que honrar os compromissos assumidos na janela de transferências de Janeiro. Ou seja, quando já todos sabíamos que a época estava perdida e o mercado de Janeiro servia apenas para nos atirar areia para os olhos, o nosso Presidente gasta o que não gastou no verão e compromete a liquidez do clube ao ponto de sermos forçados a despachar o Izmailov. Por outras palavras, arriscamo-nos a ficar com um Pongolle pelo mesmo preço que ficamos sem um Izmailov. Que digam o que disserem é, neste momento, o melhor jogador desta equipa.

Para tudo isto, uma ideia. Vão todos bardamerda!

Sucessão – O Treinador

Não creio que o nome do treinador seja, por si só, um assunto vital. Definir o perfil, sim. Arrumar a casa primeiro, claro. Varrer a merda toda, evidentemente. Depois da aventura Carvalhal, que quase toda a gente já sabia não ter mãos para tamanha empreitada, é necessário escolher. Existem duas opções:

Treinador “Cromo” –  Um verdadeiro rato de laboratório, preocupado única e exclusivamente com o rendimento desportivo da equipa. Em sintonia com a Direcção. Pode ser estrangeiro ou português. De preferência sem os tiques e manias do futebol nacional. Um tipo duro com conhecimentos contrastados e curriculum à prova de bala para não ser queimado por qualquer Liedson desta vida. Só poderá resultar se antes a estrutura for devidamente parametrizada. Necessita o apoio de um bom Director Desportivo que blinde o balneário e que crie a sensação de família. Precisa que o trabalho de casa da pessoa que coordena o mercado seja feito a tempo e horas e com critério. Confeccionar um plantel competitivo é crucial. E depois, deve olhar para cima e ver um Presidente solidário que defenda institucionalmente o clube. A missão deste tipo de treinador fica confinado ao futebol da equipa. Não contem com este treinador para gerir situações em que depois de uma vitória se depare com um balneário em pé de guerra onde o Director Desportivo ande à bofetada com o melhor jogador. No fundo, o clássico treinador à Porto. Entra com a máquina bem oleada e só se preocupa com o que tem que fazer. Se for razoavelmente bom, é meio caminho andado para o sucesso. É a minha opção preferida mas de execução inviável no contexto actual. Quanto a nomes, já se sabe não custa sonhar. Mas dentro das possibilidades económicas do Sporting, até pode ser um André Villas Boas (não porque tenha provado especialmente nada mas porque acredito que os melhores nesta profissão bebem da experiência dos melhores), ou já com provas dadas (muito mais do que o Carvalhal) como são, por exemplo, um Domingos Paciência, um Jesualdo Ferreira ou um Manuel Machado. Estrangeiro, seria melhor. Ernesto Valverde, Dick Advocaat, Michael Laudrup. Boloni não, por favor.

Treinador “Segurança” – O famoso costas largas. Num mundo perfeito seria um mestre das ardósias e dos desenhos tácticos. No momento actual e para a realidade portuguesa basta o resto. A personalidade envolvente e aglutinadora poderiam compensar as carências conceptuais relacionadas com o jogo. É o típico sobrevivente mesmo quando nada no lodo. No fundo, seria uma espécie de Paulo Bento mas numa versão revista e melhorada. O seu magnetismo e força dentro do futebol seriam tão impressionantes que disfarçariam a inexistência de um departamento de prospecção, um líder de mercado e um Presidente como Deus manda. É pau para toda a obra. Conhece o mercado, rodeia-se de agentes influentes, compra guerras com quem entende. A política de comunicação do clube é da sua responsabilidade. Mas, acima de tudo, é um terapeuta. Um Psicólogo. Junta os jogadores. Faz acreditar o plantel numa causa. Luta e faz lutar todos até à morte por um objectivo. Na sua versão mais perfeita e completa, é o Mourinho. Um treinador Estrela maior do que o clube. Na versão do Sporting para mim só tem um rosto. Luiz Felipe Scolari.

Importa, portanto, definir o perfil pretendido e começar a preparar a época. Escolha-se agora. Para que em Maio se prepare tudo com tempo. Que o serviço funerário arranque. A sentença de morte do treinador está assinada. Alguns jogadores também têm os dias contados. É o momento de cortar com o passado e avançar sem medo do futuro.

P.S. – Relativamente à opção Manuel José, tenho as minhas dúvidas. O seu nome remete para uma ideia romântica do futebol. É o 7-1 ao Benfica, o ataque com o Ralph Meade, as épicas noites europeias e a frustração de nunca ter tido a real possibilidade de mostrar o que vale com armas a sério. Mas para mim também é o insucesso no Sporting e a experiência totalmente falhada num Benfica à deriva. A verdade é que a nossa realidade não dista assim tanto desse Benfica de Paulo Nunes e Donizete. Eu gosto do Manuel José. Acho que é um treinador mais do que competente para o futebol em Portugal. Não sei é se o Manuel José não é apenas carne para canhão se o modelo para o futebol continuar a ser este.

O bufo volta a atacar

“Depois do “caso” que envolveu o ex-director para o futebol Sá Pinto e o goleador Liedson, outro “caso” abalou nos últimos dias o balneário leonino, já de si frágil na época em curso. Em Liverpool, há quase uma semana, o guardião Ricardo Batista – um dos três chamados por Carvalhal para a partida com o Everton – apontou o dedo acusador ao titular Rui Patrício pela instabilidade que atravessa na baliza leonina com alguns erros que resultaram em golos sofridos, e também ao técnico Carlos Carvalhal por manter a confiança no camisola um e nem sequer dar oportunidades aos seus concorrentes em qualquer que seja a competição (desde que Carvalhal chegou, acabou a rotatividade dos guarda-redes nas taças e Rui Patrício é totalista). Acusado de “frangueiro”, Rui Patrício respondeu em campo a Ricardo Batista […] A situação incomodou e afectou todo o grupo de trabalho, de jogadores a técnicos e restante “staff”, por falta de solidariedade e por ser mais um desnecessário foco de desestabilização. Daí que Ricardo Batista está a contas com um inquérito disciplinar que pode resultar em processo e ainda não voltou, sequer, a trabalhar com o grupo, exercitando-se sempre no ginásio.”

in jornal O Jogo