Questão central

Oguchialu Chijioke Onyewu, também conhecido por Ogushi, está nas bocas dos adeptos leoninos.
O motivo? Os rumores de que pode estar de saída.
A minha opinião? Ogushi é o parceiro ideal para Rojo. E, para mim, é titular de caras.
Porquê? Porque tem características únicas. Porque varre tudo o que é bola pelo ar. Porque é um líder por natureza. Porque é uma das vozes do treinador dentro de campo e uma das que mais se fazem respeitar no balneário. Porque equilibra um plantel recheado de sub-25. Porque intimida os adversários. Porque marca golos. E, basicamente, porque é melhor do que Xandão, Boula e Carriço.
Resumidamente: seria ridículo deixar sair Ogushi. Principalmente para deixar entrar um qualquer Donk desta vida.

actualização: esqueci-me de um pormenor incontornável: desde que chegou, Ogushi parece ter percebido o espírito do Sporting e enquadrou-se perfeitamente nele. Gosta do clube, identifica-se com ele e promove esse estado de alma verde e branco. Coisa pouca…

actualização 2: ah, outro argumento para poder dispensá-lo: ganha muito. Então andámos anos a encher o cu a Postigas e Evaldos, entre outros, e, agora, ao fim de um ano, querem correr o americano para aliviar a folha salarial?!? Estou farto desta gestão de merda e destes adeptos que pactuam com a mesma, caralho! Se é para mandar embora, que se abra a porta aos que encheram os bolsos (seus e deles) com as contratações de Purovics, Gladstones, Farneruds, Maniches, Evaldos, Pongolles, Luises Aguiares, Rodriguez e outros que tal!

Eu gostei do que vi

E permitam-me começar por confessar-vos que não haveria melhor forma de regressar a Alvalade, do que assistindo a uma grande joga do Carrillo. Já o disse aqui por mais do que uma vez: para mim, era Carrillo e mais dez. Aliás, no final da época anterior, escrevi um post onde destacava alguns jogadores e, sobre a cobra, escrevi o seguinte: «Disse-o e repito-o: para mim, Carrillo jogava sempre. É único neste plantel, aliando à técnica a velocidade, a capacidade de remate e a inteligência para cortar para dentro e surgir, na área, a tentar cabecear como segundo ponta. Pode perder a bola duas vezes, mas sei que à terceira vai levantar-me da cadeira. Que para o ano seja Carrillo e mais dez».
Ora, podem imaginar a minha satisfação ao ver, precisamente, o puto mostrar todas essas qualidades. Se querem um gajo que dê safanões nos jogos, ele aqui está. E, meus amigos, o compasso de espera no primeiro golo, deixando o defesa assumir a posição marcando um homem invisível, para depois acelerar e metê-la lá dentro, foi delicioso!

Depois, não posso deixar de destacar o croata. Houve uma altura em que eu era fascinado pela selecção jugoslava e pelos jogadores desse país. Culpa de Ivkovic, claro, mas muito de um Estrela Vermelha onde brilhavam Mihajlovic, Prosinecki, Belodedic, Pancev e Savicevic (e ainda havia um tal de Katanec, na Sampdória). Lembro-me de inventar vários nomes para jogadores, terminados em ic, e de ser defensor das capacidades técnicas dos jogadores oriundos deste país (ou ex, se assim preferirem). Ora Pranjić trata a bola de forma deliciosa. Mais, tem uma calma do caraças quando está a ser pressionado junto à área. E se já me convenceu junto à linha gostava, muito, de poder vê-lo jogar como número 10.

A propósito de número 10, belos pormenores do Adrien, claramente mais maduro em relação ao jogador que saiu, por empréstimo, de Alvalade. E que enorme jogo do Elias, a tomar claramente conta das operações. Aliás, finalmente temos um meio-campo com soluções para as várias frentes onde teremos que jogar. Ah, e com um Gelson capaz de manter os índices de saudável agressividade a que nos habituou Rinaudo.

Mais atrás, arrisco dizer que Rojo é mesmo jogador e que será sempre dele um dos lugares do centro da defesa. Bom toque de bola, bom jogo aéreo, bom posicionamento. Com Ínsua, formará uma meia esquerda defensiva de enorme qualidade.

Uma palavra final para a questão do adversário escolhido. Ou dos adversários. Sinceramente, creio que esta escolha tem por objectivo preparar a equipa para a forma de jogar de maioria dos adversários no nosso campeonato. Equipa que se fecham, que povoam o meio-campo, acreditando que um qualquer lance poderá transformar o bom zero a zero num maravilhoso resultado. Equipas contra as quais mostrámos bastantes dificuldades. Ora, parece-me fazer sentido aproveitar a pré-época para trabalhar, precisamente, a forma de ultrapassar essas dificuldades. E, por aquilo que se viu no sábado, com boas movimentações ofensivas e várias oportunidades de golo, começam a surgir ideias de ultrapassar o futebol manhoso que nos espera.

p.s. – um luxo do caraças ver o Rinaudo com a braçadeira de capitão.

Estou para ver que música sai desta viola

Fala-se em 4 milhões por 80% do passe. É dinheiro, tendo em conta estarmos a falar de uma promessa (recebemos esse valor por todos os putos que já saíram da equipa campeã de juniores?). Confesso que não vejo neste puto um nome que me deixe descansado, no caso de ser necessário substituir Wolfswinkel. Nem me parece que estejamos a contratar um homem de área. Mas o meu maior desejo é estar enganado, obviamente.

p.s. – esta noite há jogo de apresentação. E estou curioso para ver com que dança subimos ao palco.

Obrigado por me fazeres sonhar, Matías

Não gosto de despedidas. Muito menos quando são despedidas que envolvem uma separação prolongada. E pessoas que me dizem algo, obviamente.
É verdade que não te conheço, mas entusiasmei-me assim que foi levantada a possibilidade de vires jogar para o meu Sporting. Pela simples razão de que, para mim, o futebol continua a ter muito de balizas erguidas com postes de pedras da calçada, fintas parvas por colocarem a equipa em risco, fintas parvas que resultam e dão para gozar e recordar durante anos, passes que já levam o grito de golo, rostos transpirados e sorridentes que espelham um dos mais simples prazeres da vida: jogar à bola.

Foi isso que eu vi em ti, Matías. Mesmo quando aquele bigode te tornava parecido com o Cantiflas.  Tinha ali um gajo que gostava de jogar à bola como se o mundo fosse perfeito e o futebol fosse arte. Como se fosses um boneco do PES. Um bocadinho (sim, só um bocadinho) de Balakov, que tantas saudades me deixou. Esperei pelas rabonas. E pelos livres. Esperei pelo craque que dá alma à selecção chilena. Até passei a gostar do número 14. No fundo, deixaste-me sonhar. Que, quando as coisas estavam a correr bem, ias tirar um coelho da cartola para embelezar o momento. Que, quando estavam a correr mal, ias mostrar que a genialidade pode valer mais do que as capacidades atléticas. O Matías era nosso.

E foste, infelizmente muito menos vezes do que eu desejava. Mas foste. Num estranho sentimento que me fazia depositar em ti grande parte das minhas esperanças. Mesmo quando estavas lesionado (tantas vezes, porra), ou quando vi que as tuas pilhas não davam para mais de meio jogo. Tudo isso eu colocava para segundo plano, defendendo aquele «algo mais» que me parecia só tu (e o Izma, vá lá) conseguia oferecer à equipa. Talvez fosse o meu lado sonhador a falar mas, ainda assim, valeu-me alguns momentos que vou guardar bem guardados.

Hoje confirma-se o rumor dos últimos dias: vais embora. E, tal como ao longo destes três anos, pouco me importa se não quiseste renovar, se não quiseram renovar, se vais por quatro ou por 40, se tínhamos o teu passe todo ou já o tínhamos cortado em postas. Importa.me, isso sim, que fico com menos um jogador capaz de alimentar-me os sonhos. Talvez até seja melhor assim, não fosse eu passar uma época imaginando-te a fazer maravilhas e vendo-te perder o lugar por culpa de mais uma lesão ou da qualidade dos que chegaram. Estou confuso, acho. Porque tens esse raio de capacidade de fazer-me acreditar em futebol bonito. E isso, caro Matías, é algo que te agradeço com toda a sinceridade.

p.s. – prometo que o PES vais continuara a marcar livres de verde e branco.

Isto é Sporting!

Em Lisboa, quase meio milhar de miúdos a aguentar várias horas de fila para ver de perto Rinaudo e Wolfswinkel. (há quem diga que não cativamos a miudagem, eu digo que se formos campeões, com os jogadores que temos, não há puto que não queira ser do Sporting)
Em Londres, o segundo maior grupo de atletas pertencentes a um clube é do Sporting. 19, que podiam ser 22 não fossem as malditas lesões de Naíde, Obikwelu e Rui Silva. E um deles, Labyad, já está nas bocas do mundo depois do golaço (e do jogo) que fez ontem.

hoje escreves tu: O Estranho Caso Adrien Silva

Chegou à caixa de correio do Cacifo um texto assinado por um dos comentadores residentes (e impulsionador dos encontros no tasco das boas): Zandonaide.

O estranho caso Adrien Silva
by Zandonaide

Sim. Sei que pode parecer um tópico esgotado mas vou tentar leva-lo mais além.
Não. Prometo não falar sobre as monumentais doses de intriga diária com que os pasquins da nossa praça nos bombardeiam diariamente em redor deste tema.

Ao ler alguns dos posts aqui no cacifo este tema começou a fascinar-me cada vez mais. Quero com este texto provar que no papel somos o melhor plantel deste campeonato,  mas tal como acontece várias vezes não é isso que nos coloca mais perto de sermos campeões.

Fala-se na troca/venda/não renovação de Adrien Silva todos os dias. A modalidade varia, mas o seu destino é sempre o mesmo. Escreve-se aqui no blog que o jogador pegaria de estaca no 11 do “campeoníssimo” fcp, ainda para mais atendendo à saída iminente do moutinho. No entanto, no plantel do quarto classificado este jogador é a quinta escolha para 3-4 lugares. Paradoxal sem a mínima dúvida.
Temos portanto que a equipa que parte como favorita, que ganha tudo e mais alguma coisa tem no seu meio campo lugar a titular para uma 5ª escolha do Sporting. Começo a pensar que afinal o meio campo não é um sector assim tão importante. Há outros e eles bem sabem quais.
Como ganha o porto títulos então? Com um meio campo assim tão fraco? Sim, eu sei, tiveram Falcao e Hulk. Mas um já saiu e não foi substituído à altura e o outro irá este ano embora. Chegou Hulk para ganhar este campeonato? Eles dirão que sim. Eu acrescentaria alguns reforços extra.

Admitindo que temos de facto um “Caso Adrien” em cima da mesa, com o jogador interessado em sair para o porto a minha opinião é que mesmo que exista alguma compensação financeira não o deveríamos fazer. Seria estrategicamente uma operação desastrosa. Temos este ano a perspectiva de ver em acção o pior plantel do porto nos últimos 20 anos ainda por cima chefiado por um cepo. Comparemos: Mikel Agu, moutinho, Pedro Moreira, André Castro, Defour, Fernando e Lucho. Contra: Rinaudo, Gelson, Elias, Schaars, Adrien, Matias, Labyad, André Martins, e os polivalentes Izma e Pranjic?

Este ano para ganhar precisam de contratar duas estrelas que peguem de estaca, ou então perder a vergonha de vez. Eu aposto na segunda!

Não podemos cair duas vezes no mesmo erro de palmatória que é fortalecer um adversário directo. Por muitos euros que nos paguem “à cabeça” serão sempre inferiores ao que ganharíamos se formos campeões.

Depois temos o benfica, onde não existe qualquer estratégia e onde o seu treinador piora de época para época de jogo para jogo. É para mim um plantel desmoralizado à partida e que já não consegue “aturar” o treinador. A tudo isto podemos associar problemas financeiros que todos se esforçam por abafar, e onde o único sinal mais ou menos visível é medido nos mais baixos níveis de bazófia de que há memória no “consulado vieira”.

Este ano os árbitros vão ter um trabalho do c”##”$$% para nos parar!

Vamos a eles!

Perspectivas

Há quem olhe para o torneio de ontem como mais um momento miserável, onde se comprova a falta de qualidade dos jogadores, a incapacidade do treinador e a necessidade de encostarmos o Wolfswinkel para resolvermos todos os nossos problemas.
Eu, muito sinceramente, prefiro olhá-lo como um bom treino, incluindo penaltis, onde vi o Elias a subir de forma e a integração de alguns dos miúdos em quem tanto acreditamos na equipa principal. Ah, e mais importante, onde o Paulinho voltou a beijar um canequito, mostrando espírito de grupo e enraizando o sentimento de vitória. Para já, isso chega-me.

Boooooooooooulah… rouz!!!

«O Sporting é um clube de topo em Portugal e, mais importante, quer jogar futebol a sério. Tenho apenas uma semana de treinos mas já me diverti imenso e recebi montes de incentivos. O treinador Sá Pinto quer uma equipa a dominar o adversário mas sem descorar os aspetos defensivos […] Podia estar noutro clube a ganhar mais, mas fiz esta escolha pelo projeto desportivo. Um bom salário não garante títulos […] Joguei como defesa direito no Estugarda e na selecção, como solução de emergência. A central sinto-me dez vezes melhor. O velho Boulahrouz está de volta», Boulahrouz in NUsport, a partir das traduções dos desportivos portugueses